segunda-feira, 18 de junho de 2012

Qual a maneira correta de alimentar seu bichanos? Dicas de manejo dietético para gatos!





Como escolher a melhor ração para o meu gato? – Parte 1
Como escolher a melhor ração para o meu gato? – Parte 2
  • EXCLUSIVO: Prefira comedouros e bebedouros de inox ou de vidro.
  • Os de alumínio podem liberar esse metal na comida ao longo do tempo, o que é potencialmente prejudicial à saúde. E os de plástico estão associados à acne na face dos felinos.
  • Distribua pontos de água fresca (se possível, filtrada, para redução da ingestão de metais pesados), pela casa para estimular a ingestão hídrica. Bebedouros do tipo “fonte”, que circulam a água sem parar, costumam atrair os bichanos.
  • Se optar por oferecer ração seca, prefira pacotes menores aos maiores. Sim, a economia é considerável comprando sacos grandes, mas o abre-e-fecha constante causa oxidação das gorduras que foram borrifadas nos grânulos, os expõe à luz (o que degrada substâncias) e favorece a proliferação de bactérias e fungos.
  • Pior ainda é conservar a ração seca em recipientes transparentes, por conta da constante exposição à luz. Mantenha a ração na embalagem (elas são projetadas para conservar melhor o produto), bem lacradas, sem ar e usando vários prendedores de roupa para fechá-la.
  • Não deixe ração seca à vontade. Procure estabelecer horários, se for possível. Comer à vontade leva os gatos ao sobrepeso e contamina a ração com saliva, além de atrair formigas.
  • Não compre ração à granel, por todos os motivos citados acima (exposição contínua ao ar, à luz, às mãos das pessoas…).
  • Não alimente seu gato com ração para cães. Em geral, elas não apresentam o elevado teor protéico que o organismo felino requer, muitas não contêm taurina em quantidade suficiente e podem ser pobres em arginina, niacina, vitamina A, ácido araquidônico e ômegas-3 de origem animal.
  • Evite oferecer “porcarias” ao seu bichano, como pedaços de pão branco, de doces, bolos, borda de pizza, bolacha. Isso só tornará a preferência gustativa dele mais seletiva, o predisporá a males dentários, além de obesidade e outros problemas metabólicos.
  • Petiscos industrializados também merecem ser analisados. Evite produtos com corantes, com os conservadores citados no post “Como escolher a melhor ração para o meu gato? – Parte 1”, com ingredientes majoritariamente vegetais e muito calóricos. Na verdade, o ideal seria não oferecer petiscos comerciais, uma vez que são dispensáveis econtribuem pouco nutricionalmente, quando não fazem mal.
Mais observações pertinentes:
  • Há pessoas que se queixam da consistência e odores das fezes dos gatos que passam a receber ração em lata. É verdade que nem todo gato se adapta a esse tipo de alimentação. Cada organismo é único. Portanto, além de todas essas dicas e orientações gerais, é importante pestar atenção à reação do seu gato à dieta. Qual tipo/marca de ração reduz mais a queda de pelos? Deixa-os mais brilhantes? Engorda mais? Deixa as fezes mais bem formadas? E o xixi menos concentrado? Os dentes mais limpos? E por aí vai. Vou citar o exemplo da “ovelha negra” de minha família, meu Persa, o Arthur, que é um comedor de ração (todos os demais bichos da casa comem Alimentação Natural caseira). Arthur comia ração de categoria Super Premium e estava bem, mas vivia com secreções escuras ao redor dos olhos. Com a introdução da Alimentação Natural caseira, essas manchas sumiram e pelagem ficou enorme e de coloração vibrante. Mas, cerca de 1 ano e meio depois, passou a rejeitar a dieta crua, o que me fez introduzir ração úmida de lata. Ele adorava e a saúde não declinou muito. Caíam mais pelos e a pelagem adquiriu um tom menos vibrante. Só. Depois de alguns meses, o bendito não queria mais saber da ração em lata. Aí não teve jeito, parti para uma ração Super Premium seca. De início, comia avidamente, agora já parece ter começado a enjoar. Mas ainda come. Está um pouco magro, seus olhos voltaram a lacrimejar bastante (a ponto de formar uma crosta marrom-escura), o pelo cai bastante, a pelagem reduziu de volume, os ouvidos vira e mexe apresentam um pouco de cerúmen e ele se tornou muito mais sensível à infestação de pulgas. Mas as fezes estão ótimas. Então, a experiência toda é muito pessoal…
  • Não podemos esquecer que o sucesso de um novo alimento está diretamente relacionado a uma adaptação bem gradativa. Do contrário, o aparelho gastrintestinal pode se revoltar e provocar vômitos, diarreia, gases etc.
  • Você tem um filhote de gato? Aproveite e ofereça a ele vários alimentos naturais! É nessa breve fase que os gatos adquirem hábitos alimentares que via de regra os acompanham por toda a sua longa vida. Depois de adultos, é muito mais difícil fazer com que aceitem alimentos diferentes, dietas caseiras – que podem ser benéficas para o controle de quadros de saúde. Ofereça carnes cruas, vísceras, peixes, vegetais crus ou cozidos pobres em amido picadinhos ou triturados, folhas verde-escuras bem picadinhas, lombo suíno, um pouquinho de levedo de cerveja em pó, um pouco de batata cozida com casca amassadinha, um pouco de arroz integral cozido bem molinho, iogurte natural, pescoço de frango cru moído ou cortado em rodelas, ovos crus e cozidos, pés e cabeças (sem bico) de frango crus (ossos de frango só são seguros quando crus) para ele roerocasionalmente – e assim limpar os próprios dentes. Se empolgue oferecendo junto à ração alimentos saudáveis e você terá um bichano que aceitará facilmente uma dieta caseira balanceada (aqui um exemplo da cruahttp://www.cachorroverde.com.br/an_guia_gatos.pdf e das cozidas: http://www.cachorroverde.com.br/gatocozida.php) ou, no mínimo, terá a lucrar com a adição de um pouco de alimentos naturais à sua ração seca ou úmida.
  • “E se eu quiser misturar ração seca e ração de lata”? Se seu gato estiver saudável (consulte o veterinário) e aceitar bem o mix, não vejo mal algum em princípio. Afinal, ambas são consideradas completas e balanceadas. Acredito até (minha opinião) que assim será mais saudável do que oferecer exclusivamente a ração seca. E poderá melhorar a consistência das fezes, caso seu gato faça cocô amolecido comendo só dieta úmida. Só não se esqueça de realizar uma transição beeeeem gradativa, para evitar revertérios.
  • Finalmente, fique de olho nas novidades que têm surgido no mercado de petfood brasileiro. Em breve, haverá porções de dieta cozida congelada para gatos e também rações secas destituídas de grãos, com formulação mais carnívora do que onívora.
Texto gentilmente escrito com exclusividade para o Mãe de Cachorro pela médica veterinária, editora do site Cachorro Verde, Sylvia Angélico.

Fonte: http://www.maedecachorro.com.br/2011/11/como-escolher-a-melhor-rao-para-o-meu-gato-parte-1/

Como escolher a melhor ração para o meu gato? – Parte 2


Texto gentilmente escrito com exclusividade pela médica veterinária, editora do site Cachorro Verde, Sylvia Angélico.

Leia também: Como escolher a melhor ração para o meu gato? – Parte 1
EXCLUSIVO: Existe muita desinformação a respeito das dietas úmidas para gatos. Muitos pré-conceitos. Fora do Brasil, rações úmidas para gatos são tidas como as melhores opções. Mas por aqui ainda são um tabu danado.
Prós das dietas úmidas de lata (não as de sachês):
· Saciam os gatos (pelo elevado teor de umidade, chegando a 84%; contra 10-12% de água das rações secas) fornecendo menos calorias. Pra se ter uma idéia, 1kg de ração seca Super Premium para gatos adultos pode conter 4.000 calorias! É muito para os bichanos que em geral vivem em ambientes cada vez menores e comem à vontade. Não é à toa que há tantos gatos acima do peso e morbidamente obesos. (Aliás, descubra se seu felino está de bem com a balança, comparando-o a essa tabela ilustrada: http://tinyurl.com/62nlu67 ).
· Não têm conservadores, uma vez que são fechadas à vácuo. Tanto que elas estragam – o que é bom sinal, alimentos devem estragar, o anormal é durarem 1 ou 2 anos fora da geladeira…
· Para conseguirem produzir o grânulo (“bolinha”) de ração, os fabricantes em geral empregam bastante amido. Por estar na forma de “patê”, as rações de lata contêm menos amido e maior teor de proteínas e de gorduras de origem animal. Mas é preciso conhecer um segredinho para interpretar corretamente os rótulos das latas. Lá estará descrito: “contém 8-10% de proteína bruta na matéria natural”, o que fará você achar esses níveis uma miséria. Mas a questão é que é preciso descontar o teor de água presente nessas rações. Quer ver? Supondo que em 100 gramas de ração de lata, haja 80% de água.Se descontarmos os 80 gramas de água, sobram 20 gramas de matéria seca (a parte desidratada da ração), que é onde estão os nutrientes. A presença de água é o que diferencia a matéria natural (com água) da seca (sem água). E é em cima desses desses 20 gramas de matéria seca que você deve calcular os valores de proteína. Se descontarmos os 80% de água, os 10% de proteína da matéria natural, se tornam 10 gramas na matéria seca. Dez gramas equivale a metade de 20 gramas. Ou seja, uma ração de lata que contenha 80% de água e 10% de proteína bruta na matéria natural, na verdade contém 50% de proteína na matéria seca.
· Mais carnes, vísceras e gordura animal na fórmula é sinônimo de dieta mais adequada ao carnivorismo felino, o que ajuda a prevenir o diabetes (por provocar menos picos glicêmicos), a obesidade (pela menor ingestão calórica e de amido), as alergias causadas por conservadores e/ou subprodutos de milho ou soja e, por conseqüência, a temível lipidose hepática.
· O fato da ração em lata conter até cerca de 80% de umidade pode dar entender que estamos pagando muito caro por… água. Mas, para os bichanos, obter água ingerindo o alimento é muito mais fisiológico. Nossos gatos descendem de pequenos felinos do deserto africano que, sem acesso regular a fontes hídricas, evoluíram para aproveitar os 60-70% de água naturalmente presente nos corpos das presas. E essa adaptação não mudou significativamente no gato doméstico. Estudos indicam que gatos alimentados exclusivamente com rações secas não percebem que estão desidratados com a mesma eficiência com que os cães percebem. Ou seja, é possível que felinos que vivem à base de grânulos não ingiram água em volume suficiente para compensar a falta de umidade da ração seca. Esta é uma das teorias que explicaria a elevada prevalência de doenças crônicas do trato urinário inferior nos gatos de hoje em dia. Não acredita? Faça o teste: ofereça ração de lata ao gato e veja uma redução drástica na procura por água. Reinstitua a ração seca e observe o bichano aumentar o consumo de água.
· A água da ração de lata tem mais uma vantagem interessante, descoberta há pouco tempo. Ela aumenta a digestibilidade da ração! Faz sentido, afinal, o gato evoluiu – ao longo de milênios – para ingerir simultaneamente água + alimento.
· Possibilidade de variar a matéria-prima da dieta é outra vantagem. Ao contrário das rações secas, que em geral se apresentam nas versões “carne” e “peixe”, as rações de lata permitem que se varie a matéria-prima dafórmula. Há latas com atum, carne bovina, frango, peru e até de carne e um pouco de legumes. Variar a matéria-prima aumenta o aporte de nutrientes e elementos diferentes, tornando menos provável a carência ou excesso de substâncias.
· Por conterem elevado teor de carnes e gordura, agradam naturalmente ao paladar dos gatos. Todavia, as rações secas empregam flavorizantes (“cheirinhos e sabores”), que são verdadeiros segredos industriais e que parecem deixar os gatos viciados. Isso pode dificultar a transição para uma ração úmida, que muitas vezes não contém esse aditivo.
· Por não incluírem grãos (ou os conterem em baixa quantidade), as rações de lata estão menos sujeitas à contaminação por micotoxinas – perigosas toxinas produzidas por fungos que acometem cerca de 25% da nossa produção de soja e de milho. As micotoxinas podem causar ao longo do tempo danos ao sistema reprodutivo, imunológico e hepático.
· Como não sofrem o processamento industrial da extrusão (que cria as “bolinhas” das rações secas), a biodisponibilidade (grau de aproveitamento) das fontes de proteína empregadas é teoricamente superior.
Contras das dietas úmidas de lata (não as de sachês):
· A grande crítica às rações de lata é a suposição de que causam mais “tártaro” nos gatos, por serem molinhas e úmidas. Mas a verdade é que a maioria dos gatos comem ração seca e mesmo assim desenvolvem doença periodontal. Na verdade, alguns veterinários acreditam que a presença de amido (abundante nas rações secas convencionais) é justamente um fatores predisponentes, pela fermentação do amido na boca. E se engana quem pensa que o gato mastiga adequadamente os grânulos de ração seca. No máximo, quebram algumas “bolinhas” com os molares e mandam pra dentro. Quem já viu regurgitação de gato, observou que a ração seca foi devolvida do mesmo jeito que entrou: inteirinha. Essa quebradinha com os molares não é suficiente para limpar os dentes. Portanto, quando a questão é essa, creio que dá empate. Até porque entram mais fatores predisponentes ao acúmulo de “tártaro”: genética, pH da saliva, distribuição dos dentes, imunidade, número de gatos na casa etc.
· Não são práticas. As rações de lata requerem refrigeração e se mantêm frescas por no máximo alguns dias. O ideal, para que não percam sabor e odor atraentes ao gato é que, uma vez abertas, sejam conservadas em recipientes tampados e não na lata. Até por que a lata, por ser de metal, pode liberar substâncias prejudiciais à saúde dos gatos.
· Não são ecológicas. Contorne isso, lavando bem as latas e descartando-as corretamente, para reciclagem.
· Desvantagem que encaro uma vantagem: por não conterem conservadores (ou conterem pouco), é preciso restringir as refeições a determinados horários. Não dá pra encher a vasilha com ração úmida e largar lá o dia todo. Ela vai estragar, perder seus atrativos, ressecar, atrair moscas. Restringir horários de alimentação para os gatos não é um mau hábito. Eles não precisam ter comida à vontade, como muita gente pensa. Podem perfeitamente se adaptar a duas ou três refeições ao dia. Deixar de oferecer ração à vontade contribui significativamente para a prevenção ou controle da obesidade. Claro, no começo, eles miam, protestam, querem o buffet livre de volta. Mas depois se acostumam.
· A camada de gordura gelatinosa que se acumula no topo da ração úmida. Essa porção deve ser desprezada, ou então, bem misturada à ração. Gatos consomem presas magras (ratos, aves, répteis). A primeira colherada de uma lata recém-aberta pode consistir de gordura pura, o que não é nada bom.
Rações de sachê:
Dessas, particularmente, não gosto muito. Me parecem grânulos boiando em um caldo. Contêm maior teor de carboidratos (farinha de trigo) quando comparadas às de lata. E na embalagem dos saches indica-se servir quatro unidades por dia – o que encarece muito a dieta.
Fazendo um apanhado geral, uma dieta comercial adequada para as particularidades de um felino saudável deve ter:
· Elevado teor de proteína e gordura bruta (extrato etéreo): pelo menos acima de 28% para a proteína)
· Composição que prioriza alimentos de origem animal
· Baixo teor de amido (carboidratos). Infelizmente o % de carboidrato não é informado no rótulo, uma vez que carboidratos não são elementos necessários às dietas felinas e caninas… Para descobrir o valor de carboidrato contido em uma ração é preciso descontar os valores de umidade, de proteína bruta, de extrato etéreo, de fibras, de matéria mineral etc., o que dificulta a tarefa.
· Umidade vai muito bem. Estimula o gato a urinar mais diluidamente, aumenta a digestibilidade do alimento e sacia sem fornecer calorias em excesso.
· Ausência de corantes (vermelho, azul, amarelo etc.)
· De preferência, conservadores naturais (óleo de alecrim, tocoferóis), ao invés de BHT, BHA, propilenoglicol ou etoxiquina.
·Rações – tanto secas quanto úmidas – mas principalmente as secas – podem ser enriquecidas com pedacinhos de alimentos naturais nutricionalmente valiosos aos gatos.
Sobre como suplementar e enriquecer rações, leia:
LEMBRE-SE: não podemos dar cebola nem alho aos gatos, nem temperar alimentos com cebola e muito menos oferecer papinhas comerciais para bebés, que são muito salgadas e podem conter cebolas.
Mesmo uma quantidade pequena de cebola e de alho pode causar anemia grave nos gatos (já o alho para cães é um ótimo suplemento em pequenas quantidades, sempre cru e picadinho, ajudando a mantê-los mais saudáveis e livres de parasitos internos e externos, entre outros benefícios).

Texto gentilmente escrito com exclusividade pela médica veterinária, editora do site Cachorro Verde, Sylvia Angélico.


http://vidacachorro.wordpress.com/page/19/

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