Sempre que leio ou escuto
algo a respeito de “mortes” coletivas recordo o meu primeiro contato real com
esse tipo de acontecimento.
Acho que eu tinha cerca de dez anos,
quando fiquei impactada diante de fotos da erupção de um vulcão.
Olhava a grande
quantidade de pessoas, presas a um tipo de lama cinza, sem saber que membro
pertencia a cada corpo.
Apesar do meu gosto pela leitura, não consegui ler toda
a reportagem e, durante muito tempo, as imagens ficaram gravadas na minha
cabeça.
Por não ter acesso a determinados
programas televisivos que o cuidado materno e paterno proibiam, tampouco pude
obter detalhes sobre o assunto.
Contudo, na idade adulta, conheci a Doutrina
Espírita e pesquisei este e outros acontecimentos semelhantes, para entendê-los
melhor sob uma ótica espírita.
Tratava-se do vulcão Nevado de Ruiz,
localizado nos Andes colombianos, que entrou em erupção no dia 13 de novembro de
1985, matando mais de 25 mil pessoas.
No Natal de 2004, um Tsunami atingiu a
região litorânea da Indonésia, deixando 229.866 mortos na Siri Lanka, Índia e
Tailândia.
Em dezembro de 2004, um destrutivo
incêndio na discoteca Cromagnon, em Buenos Aires, fez 194 vítimas, quase todos
jovens.
No dia 1º de Janeiro de 2010, foi
registrado um terremoto no Haití que matou mais ou menos 200 mil pessoas.
Em fevereiro de 2010, o Chile também
sofreu um grande terremoto, matando cerca de 520 pessoas.
No dia 17 de julho de 2007, um avião que
voava entre Porto Alegre e São Paulo, bateu num posto de gasolina, matou 187
pessoas que estavam a bordo e mais 12 que estavam em solo.
Somente nesse ano (2010), foram
registrados cinco acidentes aéreos com grande quantidade de vítimas fatais, cujo
número supera 1.370.
Sem falar do grande número de
assassinatos em massa, que ocorrem em vários países, por ambição, por diferenças
ideológicas, por intolerância ou por qualquer outro motivo que não serve como
justificativa para que um Ser humano extinga a vida de outro.
O fato é que, diante de situações como
essa, é comum as pessoas questionarem sobre suas razões.
Por que
ocorre algo tão terrível e mata tantas pessoas, sem escolher idade, sexo, raça
ou religião?
Muitos creem que é má sorte; para outros é um castigo;
alguns pensam que é obra do acaso. Mas, e a Doutrina Espírita?
Qual a sua
explicação para a questão?
As leis
O Espiritismo explica com muita
coerência, que cada um recebe segundo as suas obras, porque todos estamos
submetidos à Lei de Ação e Reação ou de causa e efeito e à
Lei de Evolução ou de Progresso.
Segundo a primeira, os seres humanos,
com nossos pensamentos, sentimentos e ações, criamos causas que terão um efeito
posterior.
O caráter positivo ou negativo das causas vão gerar o gênero desses
efeitos.
É uma Lei que não castiga, mas que reajusta as ações cometidas pelo uso
do nosso livre arbítrio. Age devolvendo o caminhante desviado e
perdido ao caminho correto do bem e do progresso, através das encarnações
sucessivas.
A Lei de Evolução ou do Progresso rege a
transformação contínua de tudo o que possui vida, desde os estados rudimentares
e inferiores, até formas mais perfeitas e complexas.
Por intermédio dessa Lei, o
ser humano passou a ser o homem “civilizado” de hoje, abandonando suas etapas
selvagens e primitivas. Graças à Lei de Evolução e às provas sucessivas, às
quais ela nos submete em nossas existências múltiplas, os seres humanos vamos
corrigindo nossas imperfeições, transformando nossos defeitos e debilidades em
virtudes ou qualidades, que nos empurram à conquista da vida espiritual.
A
aplicação do nosso livre arbítrio fará com que essa Lei nos faça caminhar pelas
trilhas do bem, do amor e da felicidade, ou ao contrário, pelo caminho da
dor.
Essas duas Leis determinam a natureza
das provações e das expiações que nos são “impostas”, conforme nossas ações e
aspirações.
“A provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a
estrada do trabalho e da edificação espiritual”[1]
ou que o Espírito se auto-impõe para evoluir, quando se cansa de permanecer
estagnado.
“A expiação é a pena imposta ao malfeitor que comete um crime.”[2]
Mas, “provações ou expiações são sempre sinais de uma inferioridade relativa,
pois o que é perfeito não tem necessidade de ser provado”[3]
e porque o Espírito estagnado ignora temporariamente a sua natureza evolutiva.
O
que expia recolhe os efeitos das suas más ações, o que é provado atende à Lei de
Evolução que preferiu ignorar durante muito tempo.
Individualidade coletiva
Pela lógica exposta dos ensinamentos
espíritas, é muito fácil compreender como as Leis citadas são executadas e o que
vamos demonstrar é que o gênero de morte que pesa sobre o homem está diretamente
vinculado a elas, seja como uma prova ou como uma expiação. Entretanto,
falta-nos compreender antes como as faltas individuais podem ser
cobradas coletivamente.
Em “Obras Póstumas”[4],
encontramos interessante explanação que nos permite entender melhor esse
processo, pois nos diz que as mesmas Leis que “regem o indivíduo”, regem também
“a família, a nação, as raças e o conjunto dos habitantes dos mundos, que são
individualidades coletivas. (...) O indivíduo, a família e a nação cometem
faltas e a cada uma delas, seja qual for seu caráter, expia-se em virtude de uma
mesma lei.”
Ocorre
o mesmo quando se trata de crimes cometidos solidariamente, por um certo número;
as expiações são solidárias, o que não aniquila a expiação simultânea das faltas
individuais.
Em
todo homem há três caracteres: o do indivíduo, do ser em si mesmo: o de membro
de família, e, enfim, o de cidadão; sob cada uma dessas três faces pode ser
criminoso ou virtuoso, quer dizer, pode ser virtuoso como pai de família, ao
mesmo tempo que criminoso como cidadão (...).
Salvo
exceção, pode-se admitir como regra geral, que todos aqueles que têm uma tarefa
comum reunidos numa existência, já viveram juntos para trabalharem pelo mesmo
resultado, e se acharão reunidos ainda no futuro, até que tenham alcançado o
objetivo, quer dizer, expiado o passado, ou cumprido a missão aceita.
(...)
há faltas do indivíduo e do cidadão; a expiação de umas não livra da expiação
das outras, porque é necessário que toda dívida seja paga até o último
centavo.
(...)
um (...) excelente cidadão, pode ser muito mau pai de família, e outro, que é
bom pai de família, probo e honesto em seus negócios, pode ser um mau cidadão,
ter soprado o fogo da discórdia, oprimido o fraco, manchado as mãos em crimes de
lesasociedade. São essas faltas coletivas que são expiadas coletivamente pelos
indivíduos que para elas concorreram, os quais se reencontram para sofrerem
juntos a pena de talião (...)
A
humanidade se constitui de personalidades que compõem as existências individuais
e de gerações que constituem as existências coletivas. (ALLAN KARDEC).
Reorganizando nosso raciocínio, podemos
afirmar que somos os responsáveis pelo mal que nos atinge, já que o atraimos por
nossos pensamentos, ações e omissões, em qualquer âmbito da nossa ação.
Que
nossas atitudes no lar influem no conjunto familiar (uma individualidade
coletiva), as realizadas como cidadão afetam a nossa comunidade (outra
individualidade coletiva) e nossa atividade como habitante do mundo contribuirá
no nível evolutivo do planeta em geral.
Que a Justiça Divina examina tudo isso
minunciosamente, analisa as contribuições e danos que causamos como indivíduos e
como individualidade coletiva, para dar a cada um segundo nossas obras, mediante
a aplicação da Lei de Ação e Reação.
Para compreendermos melhor essa justiça,
apresentamos hipóteses e fatos reais que explicam como tais responsabilidades
coletivas são ajustadas nos processos de desencarnação.
Reajustes necesarios
Gerson Simões Monteiro, presidente da
“Fundação Espírita Cristã C. Paulo de Tarso”, em um artigo
sobre as mortes coletivas, escreve que as vítimas de um terremoto poderiam
ser antigos guerreiros que, numa encarnação anterior, destruiram cidades, lares,
mataram mulheres e crianças sob os escombros de suas casas e vitimaram a
milhares de pessoas. Numa nova encarnação, são “atraidos por uma força magnética
pelos crimes praticados coletivamente, reunem-se em determinadas circunstâncias,
e sofrem “na pele” por meio de um terremoto ou outra catástrofe semelhante, o
mesmo mal que fizeram às suas vítimas indefesas de ontem.”
São faltas
individuais que influem no coletivo.
Acrescentamos que os sobreviventes
também são chamados a uma transformação moral, a uma mudança em suas vidas, mas
há pessoas que se aproveitam da situação de caos, em uma região que sofreu
citado terremoto, para saquear, roubar, violentar e que se beneficiam com
egoísmo das doações recebidas.
Para essas, a lição não é suficiente e se
comprometem mais seriamente ante a coletividade.
Gerson conta ainda, um caso de uma
família que incendiou a casa de um vizinho por vingança e matou todos que
estavam ali.
Em outra encarnação, os membros da família criminosa se reuniram e
expiaram seus crimes em um acidente. Enquanto viajavam, o carro em que estavam
pegou fogo e todos morreram queimados, sem conseguirem sair do veículo.
O estudioso explica que cada membro da
família reparou seus crimes de forma individual, mas num resgate
coletivo.
Temos também um outro exemplo real,
explicado nas páginas da literatura espírita. No dia 17 de dezembro de 1961, um
circo pegou fogo na cidade de Niteroi (Rio de Janeiro) e cerca de 300 pessoas
faleceram.
No livro “Cartas e Crônicas”,
psicografado por Francisco Cândido Xavier, o Espírito Humberto de Campos relata
a causa do acidente.
No
ano 177 da Era Cristã, Marco Aurélio reinava no império romano. Mulheres,
homens, crianças, anciões e enfermos cristãos eram detidos, torturados e
exterminados. “Mais de 20 mil pessoas já haviam sido mortas”.
Chegou
a notícia da visita do famoso guerreiro Lúcio Galo naquelas terras e os donos do
poder queriam homenageá-lo de maneira gradiosa e original. Decidiram queimar
milhares de cristãos num espetáculo “à altura” do visitante.
“Durante
a noite inteira, mais de mil pessoas, ávidas de crueldade, vasculharam
residências humildes e, no dia subsequente, ao Sol vivo da tarde, largas filas
de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, no fim de soberbo espetáculo,
encontraram a morte, queimadas nas chamas alteadas ao sopro do vento, ou
despedaçadas pelos cavalos em correria.”
“Quase
dezoito séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento... Entretanto, a
justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis, que,
em diversas posições de idade física, se reuniram de novo para dolorosa
expiação, a 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói, em
comovedora tragédia num circo.”
O notável Mediunato de Chico Xavier
também nos esclarece outro fato real ocorrido em São Paulo, no dia 1º de
fevereiro de 1974, data em que o Edifício
Joelma se encendiou e deixou 188 mortos.
O Espirito Cyro Costa e Cornélio Pires
se manifestam por psicografia e deixaram dois sonetos que revelavam a causa das
mortes em massa no incêndio.
As vítimas resgatavam os “derradeiros resquícios de
culpa que ainda traziam na própria alma, remanescentes de compromissos
adquiridos em guerra das Cruzadas.[5]
(Cyro Costa)
Varrem com fogo e pranto as sombras de
outras eras
Combatentes da Cruz em provações
austeras,
Conquanto heróis do mundo, honrando os
tempos idos. (Cyro
Costa)
No capítulo 18 do livro “Ação e Reação”,
cuja temática central é a exposição de exemplos reais que demonstram como se
manifesta a Lei de Ação e Reação ou de Causa e Efeito, temos um caso muito
interessante e o resumimos aqui:
Os
trabalhadores do Plano Espiritual receberam um pedido de auxílio às vítimas de
um acidente aéreo e o Instrutor Druso conta a história de Ascânio e Lucas.
Apesar de terem quase cinco séculos consecutivos de aprendizagem e trabalho
digno, ambos não conseguiam atingir esferas mais elevadas porque tinham uma
dívida pendente do século quinze, período em que assassinaram dois companheiros
precipitando-os do alto de uma fortaleza.
Eles
decidiram reencarnar, dedicar-se à aeronáutica e agora faziam parte das vítimas
do citado acidente aéreo. Acontece que aqueles que possuem grandes
créditos morais podem escolher o gênero de prova com que saldarão suas
dívidas.
O
benfeitor explica ainda que o socorro é oferecido a todas as vítimas, no
entanto, não se pode esquecer que, mesmo que o desastre seja igual para
todos, a morte é diferente para cada um. A libertação depende da “vida
anterior” de cada indivíduo. Alguns seriam retidos por algumas horas, outros
talvez por longos dias. A morte física é diferente da emancipação
espiritual.
Druso
diz que se a origem de cada provação fosse analizada, entre os acidentados
seriam encontrados “deliquentes que, em outras épocas, atiraram irmãos indefesos
do cimo de torres altíssimas; companheiros que, em outro tempo, cometeram
hediondos crimes sobre o dorso do mar, ou suicidas que se despenharam de
arrojados edifícios ou de picos agrestes.”
Tais
provações servem também como lutas expiatórias para a família.
Pais que fracassaram com seus filhos, em outras épocas, aprendem através da
saudade.
A
dor coletiva é o remédio que corrige as faltas mútuas.
Pelos ensinamentos do instrutor Druso,
entendemos que a desencarnação coletiva não ignora as condições individuais e
que nem sempre aqueles que se reunem para resgates coletivos estão envolvidos na
mesma ação do passado.
Pela mediunidade de Divaldo Franco,
temos notícias sobre as vítimas do tsunami de 2004. Segundo Joanna de Ângelis, a
mentora do médium, elas fizeram parte de antigas legiões de bárbaros que
destruiram parte da Europa e de outros povos, quando Alarico I e seus exércitos
dominaram vários países com crueldade, conquistaram Roma, saquearam-na e a
queimaram durante seis dias, no ano 410 d.C.[6]
Parece estar mais que demostrado que, na
realidade, não há vítimas inocentes nas tragédias coletivas, mas sim Espíritos
que possuem culpas na sua bagagem espiritual. Muitos querem se retificar e,
quando estão no Plano Espiritual, pedem a Deus a oportunidade de fazê-lo;
escolhem o gênero de resgate, fazem o seu plano e o executam durante a
reencarnação.
Outros são intimidados a fazê-lo porque teimam em ser rebeldes e
maus e precisam sentir na própria pele a dor que causaram nos seus semelhantes,
para compreendê-la e transformar-se.
Além disso, há os familiares, os amigos
e os sobreviventes que também sofrem a tragédia, mas não injustamente.
A Justiça
Divina sempre utiliza todos os recursos disponíveis e necessários para aplicar
valiosos ensinamentos aos envolvidos, os quais também são devedores perante as
Leis ou necessitam passar por esse gênero de prova para se aperfeiçoarem.
Não obstante, quando refletimos sobre as
afirmações, perguntamos se Deus é o causador de tais tragédias ou somente as
utiliza para aplicar a sua justiça. É algo que vamos analisar agora.
Os desastres naturais
O capítulo VI da terceira parte de “O
Livro dos Espíritos”, comenta as finalidades da Lei de Destruição, uma
lei natural muito necessária para a renovação da natureza e do homem como
Espírito.
Nela encontramos os fenômenos naturais, como os terremotos,
os vulcões, entre outros.
Sabemos que a Terra, como planeta de
prova e expiação, caminha para a condição de um planeta de regeneração e, para
que isso aconteça, deve haver uma transformação geral, que inclui não somente o
aperfeiçoamento moral e intelectual do homem, senão também uma mudança na
estrutura material do planeta.
Os fenônemos naturais sobre os quais o
homem não exerce domínio podem ser entendidos perfeitamente como ações do
Criador para acelerar esse processo.
Divaldo Franco, numa entrevista
concedida a Luis Hu Rivas, explica que há Seres que trabalham na manutenção da
Natureza, “tanto na construção como na destruição, para que a Terra atinja” um
nível mais elevado.
E são eles, sob a orientação de Espíritos Elevados, que
executam os acontecimentos necessários para a mudança do planeta.
“Depois que as
necessidades daqueles que serão incluidos na depuração, mediante o fragelo
destrutivo, são estudadas, elaboram-se as ações utilizando-se dos fenômenos
geológicos (como no caso do tsunami)” para a aplicação da justiça.
Nesses casos, estão em curso a
transformação física da estrutura do Planeta e a utilização desse recurso para a
renovação moral dos seus habitantes, seja pelo processo de desencarnação, pela
“perda” de seres queridos, seja inclusive pela sensibilização generalizada que o
fato desperta na humanidade, quando ela é convidada a praticar a solidariedade
para ajudar as “vítimas” diretas do acontecimento.
No entanto, não podemos confundir os
fragelos necessários, programados pela Espiritualidade Maior, com aqueles que
acontecem pela mão irresponsável do homem, como as inundações, originadas pela
falta de respeito à Natureza; como as guerras, cuja fonte é sempre a ambição; os
incêndios causados pela omissão ou pela mente criminal.
Jesus disse que “é inevitável
que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!”[7]
O que nos permite compreender que a Lei de Ação e Reação utiliza os equívocos de
um homem para retificar os erros de outro.
O segundo está se libertando da
culpa, o primeiro assume débitos perante a Ley e terá que pagá-los
posteriormente.
Mas como a Justiça Divina utiliza os
fenômenos naturais e os equívocos de certos indivíduos como ferramenta de
depuração de outros?
Américo Domingos Nunes Filho, num artigo
publicado na Revista “O Consolador”,
explica que se considerarmos que os Espíritos influenciam nos nossos
pensamentos, como o diz a questão 459 de “O Livro dos Espíritos”[8],
é provável que os Espíritos nos inspirem em quase todos os atos de nossa vida e,
por que não, da nossa morte?
O artigo apresenta exemplos:
Se chega o momento de uma pessoa
desencarnar por ocasião de um acidente, segundo a sua programação
reencarnatória, a Espiritualidade pode inspirá-la a subir em uma escada
deteriorada que não suporte o seu peso.
Os Espíritos não quebram a escada, mas
utilizam a sua fragilidade.
Um homem, cuja programação é a de morrer
eletrocutado por um raio, será inspirado a abrigar-se debaixo de uma árvore que
será atingida durante uma tempestade.
Da mesma forma, se alguém não deve
morrer num acidente ou desastre natural, a inspiração será para que o evite.
Por
isso muitas pessoas escapam do que seria uma morte certa.
Como aquelas que
desistem de viajar em cima da hora e, mais tarde, descobrem que o meio de
transporte que usariam sofre um acidente.
Enfim, é importante compreender que
aqueles que perecem nas tragédias coletivas (ou não) já o tinham programado
antes do seu nascimento.
A Espiritualidade somente os inspira a reunir-se para
cumprir a programação.
É um compromisso que assumiram perante a Lei.
É importante destacar também, que
o mal não é planejado, que ninguém nasce programado para servir
de ferramenta ao cumprimento de uma prova ou expiação.
As ações homicidas,
genocidas, o terrorismo, as irresponsabilidades que terminam por eliminar vidas,
ou as omissões que matam, são escolhas individuais de cada Espírito e, mais cedo
ou mais tarde, a Justiça também os alcançará, nessa ou em outra
existência.
Queremos esclarecer que tampouco podemos
condenar as pessoas que pereceram em tragédias coletivas como antigos
criminosos.
É mais justo considerá-los como filhos pródigos que conseguiram
vencer uma grande etapa no seu caminho evolutivo, que voltam para casa mais
leves e serenos, porque se liberaram de culpas que os machucavam.
Queremos dizer aos seus familiares que
não se revoltem, nem se sintam abandonados por Deus.
Temos uma visão muito
limitada da Sua Bondade, do Seu amor e da Sua justiça, já que só podemos lembrar
a atual existência e, na maioria das vezes, ela é incapaz de explicar-nos as
causas de tais fatos.
Confie, ame, ore e ajude os seus
semelhantes que ainda caminham com você.
Tente vislumbrar a imagem descrita pelo
Espírito Cyro Costa, quando homenageou os mortos no incêndio do edifício
Joelma:
Na
Terra o sofrimento, a angústia, a cinza, a escória...
Mas
ouvem-se no Além os hinos de vitória
Das
Milícias do Céu saudando os redimidos.
Referências
Bibliográficas
FRANCO, Divaldo. Pelo
Espírito Manuel Philomeno de Miranda. Temas da Vida e da Morte.
Flagelos e Males.
KARDEC, Allan.
O Evangelho Segundo O Espiritismo, capítulo V, ítem 9; capítulo
XIV, ítem 9.
_____________ O
Livro dos Espíritos. Preguntas, 459, 737, 738, 738b, 741, 783, 851 y
852.
_____________ O
Céu e o Inferno. Capítulo VIII - Expiaciones terrestres.
_____________
Obras Póstumas. Questões e Problemas: As Expiações
Coletivas.
XAVIER, F. Cândido.
Espírito Emmanuel. O Consolador. Perguntas 246 e 250.
XAVIER, F. Cândido.
Espírito Humberto de Campo. Cartas e Crônicas. Capítulo
6.
_____________ Espírito
André Luiz. Ação e Reação. Capítulo 18.
XAVIER, F. Cândido.
PIRES, J. Herculano. Espíritos Diversos. Chico Xavier Pede
Licença. Capítulo 19.
_____________
Diálogo dos Vivos. Capítulos 25 a 27.
DEMÉTRIO,
João. O Porquê das Mortes Coletivas?
[1]
O Consolador, pelo
Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pergunta 246.
[2]
Ídem
[3]
O Evangelho Segundo o
Espiritismo, capítulo V, ítem 9.
[5]
Livro “Diálogo dos Vivos”, de
Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos Diversos. Capítulo 25 a
27.
[8]
459. Os Espíritos influem
sobre os nossos pensamentos e as nossas ações? – Nesse sentido a sua
influência é maior do que supondes, porque muito freqüentemente são eles que vos
dirigem.
Por Marina
Silva