segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Porque ocorrem as mortes coletivas

 
 
 
Sempre que leio ou escuto algo a respeito de “mortes” coletivas recordo o meu primeiro contato real com esse tipo de acontecimento.
Acho que eu tinha cerca de dez anos, quando fiquei impactada diante de fotos da erupção de um vulcão.
Olhava a grande quantidade de pessoas, presas a um tipo de lama cinza, sem saber que membro pertencia a cada corpo.
Apesar do meu gosto pela leitura, não consegui ler toda a reportagem e, durante muito tempo, as imagens ficaram gravadas na minha cabeça.
Por não ter acesso a determinados programas televisivos que o cuidado materno e paterno proibiam, tampouco pude obter detalhes sobre o assunto.
Contudo, na idade adulta, conheci a Doutrina Espírita e pesquisei este e outros acontecimentos semelhantes, para entendê-los melhor sob uma ótica espírita.
Tratava-se do vulcão Nevado de Ruiz, localizado nos Andes colombianos, que entrou em erupção no dia 13 de novembro de 1985, matando mais de 25 mil pessoas.
No Natal de 2004, um Tsunami atingiu a região litorânea da Indonésia, deixando 229.866 mortos na Siri Lanka, Índia e Tailândia.
Em dezembro de 2004, um destrutivo incêndio na discoteca Cromagnon, em Buenos Aires, fez 194 vítimas, quase todos jovens.
No dia 1º de Janeiro de 2010, foi registrado um terremoto no Haití que matou mais ou menos 200 mil pessoas.
Em fevereiro de 2010, o Chile também sofreu um grande terremoto, matando cerca de 520 pessoas.
No dia 17 de julho de 2007, um avião que voava entre Porto Alegre e São Paulo, bateu num posto de gasolina, matou 187 pessoas que estavam a bordo e mais 12 que estavam em solo.
Somente nesse ano (2010), foram registrados cinco acidentes aéreos com grande quantidade de vítimas fatais, cujo número supera 1.370.
Sem falar do grande número de assassinatos em massa, que ocorrem em vários países, por ambição, por diferenças ideológicas, por intolerância ou por qualquer outro motivo que não serve como justificativa para que um Ser humano extinga a vida de outro.
O fato é que, diante de situações como essa, é comum as pessoas questionarem sobre suas razões.
Por que ocorre algo tão terrível e mata tantas pessoas, sem escolher idade, sexo, raça ou religião?
Muitos creem que é má sorte; para outros é um castigo; alguns pensam que é obra do acaso. Mas, e a Doutrina Espírita?
Qual a sua explicação para a questão?
As leis
O Espiritismo explica com muita coerência, que cada um recebe segundo as suas obras, porque todos estamos submetidos à Lei de Ação e Reação ou de causa e efeito e à Lei de Evolução ou de Progresso.
Segundo a primeira, os seres humanos, com nossos pensamentos, sentimentos e ações, criamos causas que terão um efeito posterior.
O caráter positivo ou negativo das causas vão gerar o gênero desses efeitos.
É uma Lei que não castiga, mas que reajusta as ações cometidas pelo uso do nosso livre arbítrio. Age devolvendo o caminhante desviado e perdido ao caminho correto do bem e do progresso, através das encarnações sucessivas.
A Lei de Evolução ou do Progresso rege a transformação contínua de tudo o que possui vida, desde os estados rudimentares e inferiores, até formas mais perfeitas e complexas.
Por intermédio dessa Lei, o ser humano passou a ser o homem “civilizado” de hoje, abandonando suas etapas selvagens e primitivas. Graças à Lei de Evolução e às provas sucessivas, às quais ela nos submete em nossas existências múltiplas, os seres humanos vamos corrigindo nossas imperfeições, transformando nossos defeitos e debilidades em virtudes ou qualidades, que nos empurram à conquista da vida espiritual.
A aplicação do nosso livre arbítrio fará com que essa Lei nos faça caminhar pelas trilhas do bem, do amor e da felicidade, ou ao contrário, pelo caminho da dor.
Essas duas Leis determinam a natureza das provações e das expiações que nos são “impostas”, conforme nossas ações e aspirações.
 “A provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação espiritual”[1] ou que o Espírito se auto-impõe para evoluir, quando se cansa de permanecer estagnado.
“A expiação é a pena imposta ao malfeitor que comete um crime.”[2] Mas, “provações ou expiações são sempre sinais de uma inferioridade relativa, pois o que é perfeito não tem necessidade de ser provado”[3] e porque o Espírito estagnado ignora temporariamente a sua natureza evolutiva.
O que expia recolhe os efeitos das suas más ações, o que é provado atende à Lei de Evolução que preferiu ignorar durante muito tempo.
Individualidade coletiva
Pela lógica exposta dos ensinamentos espíritas, é muito fácil compreender como as Leis citadas são executadas e o que vamos demonstrar é que o gênero de morte que pesa sobre o homem está diretamente vinculado a elas, seja como uma prova ou como uma expiação. Entretanto, falta-nos compreender antes como as faltas individuais podem ser cobradas coletivamente.
Em “Obras Póstumas”[4], encontramos interessante explanação que nos permite entender melhor esse processo, pois nos diz que as mesmas Leis que “regem o indivíduo”, regem também “a família, a nação, as raças e o conjunto dos habitantes dos mundos, que são individualidades coletivas. (...) O indivíduo, a família e a nação cometem faltas e a cada uma delas, seja qual for seu caráter, expia-se em virtude de uma mesma lei.”
Ocorre o mesmo quando se trata de crimes cometidos solidariamente, por um certo número; as expiações são solidárias, o que não aniquila a expiação simultânea das faltas individuais.
Em todo homem há três caracteres: o do indivíduo, do ser em si mesmo: o de membro de família, e, enfim, o de cidadão; sob cada uma dessas três faces pode ser criminoso ou virtuoso, quer dizer, pode ser virtuoso como pai de família, ao mesmo tempo que criminoso como cidadão (...).
Salvo exceção, pode-se admitir como regra geral, que todos aqueles que têm uma tarefa comum reunidos numa existência, já viveram juntos para trabalharem pelo mesmo resultado, e se acharão reunidos ainda no futuro, até que tenham alcançado o objetivo, quer dizer, expiado o passado, ou cumprido a missão aceita.
(...) há faltas do indivíduo e do cidadão; a expiação de umas não livra da expiação das outras, porque é necessário que toda dívida seja paga até o último centavo.
(...) um (...) excelente cidadão, pode ser muito mau pai de família, e outro, que é bom pai de família, probo e honesto em seus negócios, pode ser um mau cidadão, ter soprado o fogo da discórdia, oprimido o fraco, manchado as mãos em crimes de lesasociedade. São essas faltas coletivas que são expiadas coletivamente pelos indivíduos que para elas concorreram, os quais se reencontram para sofrerem juntos a pena de talião (...)
A humanidade se constitui de personalidades que compõem as existências individuais e de gerações que constituem as existências coletivas. (ALLAN KARDEC).
Reorganizando nosso raciocínio, podemos afirmar que somos os responsáveis pelo mal que nos atinge, já que o atraimos por nossos pensamentos, ações e omissões, em qualquer âmbito da nossa ação.
Que nossas atitudes no lar influem no conjunto familiar (uma individualidade coletiva), as realizadas como cidadão afetam a nossa comunidade (outra individualidade coletiva) e nossa atividade como habitante do mundo contribuirá no nível evolutivo do planeta em geral.
Que a Justiça Divina examina tudo isso minunciosamente, analisa as contribuições e danos que causamos como indivíduos e como individualidade coletiva, para dar a cada um segundo nossas obras, mediante a aplicação da Lei de Ação e Reação.
Para compreendermos melhor essa justiça, apresentamos hipóteses e fatos reais que explicam como tais responsabilidades coletivas são ajustadas nos processos de desencarnação.
Reajustes necesarios
Gerson Simões Monteiro, presidente da “Fundação Espírita Cristã C. Paulo de Tarso”, em um artigo sobre as mortes coletivas, escreve que as vítimas de um terremoto poderiam ser antigos guerreiros que, numa encarnação anterior, destruiram cidades, lares, mataram mulheres e crianças sob os escombros de suas casas e vitimaram a milhares de pessoas. Numa nova encarnação, são “atraidos por uma força magnética pelos crimes praticados coletivamente, reunem-se em determinadas circunstâncias, e sofrem “na pele” por meio de um terremoto ou outra catástrofe semelhante, o mesmo mal que fizeram às suas vítimas indefesas de ontem.”
São faltas individuais que influem no coletivo.
Acrescentamos que os sobreviventes também são chamados a uma transformação moral, a uma mudança em suas vidas, mas há pessoas que se aproveitam da situação de caos, em uma região que sofreu citado terremoto, para saquear, roubar, violentar e que se beneficiam com egoísmo das doações recebidas.
Para essas, a lição não é suficiente e se comprometem mais seriamente ante a coletividade.
Gerson conta ainda, um caso de uma família que incendiou a casa de um vizinho por vingança e matou todos que estavam ali.
Em outra encarnação, os membros da família criminosa se reuniram e expiaram seus crimes em um acidente. Enquanto viajavam, o carro em que estavam pegou fogo e todos morreram queimados, sem conseguirem sair do veículo.
O estudioso explica que cada membro da família reparou seus crimes de forma individual, mas num resgate coletivo.
Temos também um outro exemplo real, explicado nas páginas da literatura espírita. No dia 17 de dezembro de 1961, um circo pegou fogo na cidade de Niteroi (Rio de Janeiro) e cerca de 300 pessoas faleceram.
No livro “Cartas e Crônicas”, psicografado por Francisco Cândido Xavier, o Espírito Humberto de Campos relata a causa do acidente.
No ano 177 da Era Cristã, Marco Aurélio reinava no império romano. Mulheres, homens, crianças, anciões e enfermos cristãos eram detidos, torturados e exterminados. “Mais de 20 mil pessoas já haviam sido mortas”.
Chegou a notícia da visita do famoso guerreiro Lúcio Galo naquelas terras e os donos do poder queriam homenageá-lo de maneira gradiosa e original. Decidiram queimar milhares de cristãos num espetáculo “à altura” do visitante.
“Durante a noite inteira, mais de mil pessoas, ávidas de crueldade, vasculharam residências humildes e, no dia subsequente, ao Sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, no fim de soberbo espetáculo, encontraram a morte, queimadas nas chamas alteadas ao sopro do vento, ou despedaçadas pelos cavalos em correria.”
“Quase dezoito séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento... Entretanto, a justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis, que, em diversas posições de idade física, se reuniram de novo para dolorosa expiação, a 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói, em comovedora tragédia num circo.”
O notável Mediunato de Chico Xavier também nos esclarece outro fato real ocorrido em São Paulo, no dia 1º de fevereiro de 1974, data em que o Edifício Joelma se encendiou e deixou 188 mortos.
O Espirito Cyro Costa e Cornélio Pires se manifestam por psicografia e deixaram dois sonetos que revelavam a causa das mortes em massa no incêndio.
As vítimas resgatavam os “derradeiros resquícios de culpa que ainda traziam na própria alma, remanescentes de compromissos adquiridos em guerra das Cruzadas.[5] (Cyro Costa)
Varrem com fogo e pranto as sombras de outras eras
Combatentes da Cruz em provações austeras,
Conquanto heróis do mundo, honrando os tempos idos. (Cyro Costa)
No capítulo 18 do livro “Ação e Reação”, cuja temática central é a exposição de exemplos reais que demonstram como se manifesta a Lei de Ação e Reação ou de Causa e Efeito, temos um caso muito interessante e o resumimos aqui:
Os trabalhadores do Plano Espiritual receberam um pedido de auxílio às vítimas de um acidente aéreo e o Instrutor Druso conta a história de Ascânio e Lucas. Apesar de terem quase cinco séculos consecutivos de aprendizagem e trabalho digno, ambos não conseguiam atingir esferas mais elevadas porque tinham uma dívida pendente do século quinze, período em que assassinaram dois companheiros precipitando-os do alto de uma fortaleza.
Eles decidiram reencarnar, dedicar-se à aeronáutica e agora faziam parte das vítimas do citado acidente aéreo. Acontece que aqueles que possuem grandes créditos morais podem escolher o gênero de prova com que saldarão suas dívidas.
O benfeitor explica ainda que o socorro é oferecido a todas as vítimas, no entanto, não se pode esquecer que, mesmo que o desastre seja igual para todos, a morte é diferente para cada um. A libertação depende da “vida anterior” de cada indivíduo. Alguns seriam retidos por algumas horas, outros talvez por longos dias. A morte física é diferente da emancipação espiritual.
Druso diz que se a origem de cada provação fosse analizada, entre os acidentados seriam encontrados “deliquentes que, em outras épocas, atiraram irmãos indefesos do cimo de torres altíssimas; companheiros que, em outro tempo, cometeram hediondos crimes sobre o dorso do mar, ou suicidas que se despenharam de arrojados edifícios ou de picos agrestes.”
Tais provações servem também como lutas expiatórias para a família. Pais que fracassaram com seus filhos, em outras épocas, aprendem através da saudade.
A dor coletiva é o remédio que corrige as faltas mútuas.
Pelos ensinamentos do instrutor Druso, entendemos que a desencarnação coletiva não ignora as condições individuais e que nem sempre aqueles que se reunem para resgates coletivos estão envolvidos na mesma ação do passado.
Pela mediunidade de Divaldo Franco, temos notícias sobre as vítimas do tsunami de 2004. Segundo Joanna de Ângelis, a mentora do médium, elas fizeram parte de antigas legiões de bárbaros que destruiram parte da Europa e de outros povos, quando Alarico I e seus exércitos dominaram vários países com crueldade, conquistaram Roma, saquearam-na e a queimaram durante seis dias, no ano 410 d.C.[6]
Parece estar mais que demostrado que, na realidade, não há vítimas inocentes nas tragédias coletivas, mas sim Espíritos que possuem culpas na sua bagagem espiritual. Muitos querem se retificar e, quando estão no Plano Espiritual, pedem a Deus a oportunidade de fazê-lo; escolhem o gênero de resgate, fazem o seu plano e o executam durante a reencarnação.
Outros são intimidados a fazê-lo porque teimam em ser rebeldes e maus e precisam sentir na própria pele a dor que causaram nos seus semelhantes, para compreendê-la e transformar-se.
Além disso, há os familiares, os amigos e os sobreviventes que também sofrem a tragédia, mas não injustamente.
A Justiça Divina sempre utiliza todos os recursos disponíveis e necessários para aplicar valiosos ensinamentos aos envolvidos, os quais também são devedores perante as Leis ou necessitam passar por esse gênero de prova para se aperfeiçoarem.
Não obstante, quando refletimos sobre as afirmações, perguntamos se Deus é o causador de tais tragédias ou somente as utiliza para aplicar a sua justiça. É algo que vamos analisar agora.
Os desastres naturais
O capítulo VI da terceira parte de “O Livro dos Espíritos”, comenta as finalidades da Lei de Destruição, uma lei natural muito necessária para a renovação da natureza e do homem como Espírito.
Nela encontramos os fenômenos naturais, como os terremotos, os vulcões, entre outros.
Sabemos que a Terra, como planeta de prova e expiação, caminha para a condição de um planeta de regeneração e, para que isso aconteça, deve haver uma transformação geral, que inclui não somente o aperfeiçoamento moral e intelectual do homem, senão também uma mudança na estrutura material do planeta.
Os fenônemos naturais sobre os quais o homem não exerce domínio podem ser entendidos perfeitamente como ações do Criador para acelerar esse processo.
Divaldo Franco, numa entrevista concedida a Luis Hu Rivas, explica que há Seres que trabalham na manutenção da Natureza, “tanto na construção como na destruição, para que a Terra atinja” um nível mais elevado.
E são eles, sob a orientação de Espíritos Elevados, que executam os acontecimentos necessários para a mudança do planeta.
“Depois que as necessidades daqueles que serão incluidos na depuração, mediante o fragelo destrutivo, são estudadas, elaboram-se as ações utilizando-se dos fenômenos geológicos (como no caso do tsunami)” para a aplicação da justiça.
Nesses casos, estão em curso a transformação física da estrutura do Planeta e a utilização desse recurso para a renovação moral dos seus habitantes, seja pelo processo de desencarnação, pela “perda” de seres queridos, seja inclusive pela sensibilização generalizada que o fato desperta na humanidade, quando ela é convidada a praticar a solidariedade para ajudar as “vítimas” diretas do acontecimento.
No entanto, não podemos confundir os fragelos necessários, programados pela Espiritualidade Maior, com aqueles que acontecem pela mão irresponsável do homem, como as inundações, originadas pela falta de respeito à Natureza; como as guerras, cuja fonte é sempre a ambição; os incêndios causados pela omissão ou pela mente criminal.
Jesus disse que “é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!”[7] O que nos permite compreender que a Lei de Ação e Reação utiliza os equívocos de um homem para retificar os erros de outro.
O segundo está se libertando da culpa, o primeiro assume débitos perante a Ley e terá que pagá-los posteriormente.
Mas como a Justiça Divina utiliza os fenômenos naturais e os equívocos de certos indivíduos como ferramenta de depuração de outros?
Américo Domingos Nunes Filho, num artigo publicado na Revista “O Consolador”, explica que se considerarmos que os Espíritos influenciam nos nossos pensamentos, como o diz a questão 459 de “O Livro dos Espíritos”[8], é provável que os Espíritos nos inspirem em quase todos os atos de nossa vida e, por que não, da nossa morte?
O artigo apresenta exemplos:
Se chega o momento de uma pessoa desencarnar por ocasião de um acidente, segundo a sua programação reencarnatória, a Espiritualidade pode inspirá-la a subir em uma escada deteriorada que não suporte o seu peso.
Os Espíritos não quebram a escada, mas utilizam a sua fragilidade.
Um homem, cuja programação é a de morrer eletrocutado por um raio, será inspirado a abrigar-se debaixo de uma árvore que será atingida durante uma tempestade.
Da mesma forma, se alguém não deve morrer num acidente ou desastre natural, a inspiração será para que o evite.
Por isso muitas pessoas escapam do que seria uma morte certa.
Como aquelas que desistem de viajar em cima da hora e, mais tarde, descobrem que o meio de transporte que usariam sofre um acidente.
Enfim, é importante compreender que aqueles que perecem nas tragédias coletivas (ou não) já o tinham programado antes do seu nascimento.
A Espiritualidade somente os inspira a reunir-se para cumprir a programação.
É um compromisso que assumiram perante a Lei.
É importante destacar também, que o mal não é planejado, que ninguém nasce programado para servir de ferramenta ao cumprimento de uma prova ou expiação.
As ações homicidas, genocidas, o terrorismo, as irresponsabilidades que terminam por eliminar vidas, ou as omissões que matam, são escolhas individuais de cada Espírito e, mais cedo ou mais tarde, a Justiça também os alcançará, nessa ou em outra existência.
Queremos esclarecer que tampouco podemos condenar as pessoas que pereceram em tragédias coletivas como antigos criminosos.
É mais justo considerá-los como filhos pródigos que conseguiram vencer uma grande etapa no seu caminho evolutivo, que voltam para casa mais leves e serenos, porque se liberaram de culpas que os machucavam.
Queremos dizer aos seus familiares que não se revoltem, nem se sintam abandonados por Deus.
Temos uma visão muito limitada da Sua Bondade, do Seu amor e da Sua justiça, já que só podemos lembrar a atual existência e, na maioria das vezes, ela é incapaz de explicar-nos as causas de tais fatos.
Confie, ame, ore e ajude os seus semelhantes que ainda caminham com você.
Tente vislumbrar a imagem descrita pelo Espírito Cyro Costa, quando homenageou os mortos no incêndio do edifício Joelma:
Na Terra o sofrimento, a angústia, a cinza, a escória...
Mas ouvem-se no Além os hinos de vitória
Das Milícias do Céu saudando os redimidos.
Referências Bibliográficas
FRANCO, Divaldo. Pelo Espírito Manuel Philomeno de Miranda. Temas da Vida e da Morte. Flagelos e Males.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo O Espiritismo, capítulo V, ítem 9; capítulo XIV, ítem 9.
_____________ O Livro dos Espíritos. Preguntas, 459, 737, 738, 738b, 741, 783, 851 y 852.
_____________ O Céu e o Inferno. Capítulo VIII - Expiaciones terrestres.
_____________ Obras Póstumas. Questões e Problemas: As Expiações Coletivas.
XAVIER, F. Cândido. Espírito Emmanuel. O Consolador. Perguntas 246 e 250.
XAVIER, F. Cândido. Espírito Humberto de Campo. Cartas e Crônicas. Capítulo 6.
_____________ Espírito André Luiz. Ação e Reação. Capítulo 18.
XAVIER, F. Cândido. PIRES, J. Herculano. Espíritos Diversos. Chico Xavier Pede Licença. Capítulo 19.
_____________ Diálogo dos Vivos. Capítulos 25 a 27.
DEMÉTRIO, João. O Porquê das Mortes Coletivas?

[1] O Consolador, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pergunta 246.
[2] Ídem
[3] O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo V, ítem 9.
[4] Capítulo: Perguntas e Problemas: As Expiações Coletivas
[5] Livro “Diálogo dos Vivos”, de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos Diversos. Capítulo 25 a 27.
[7] Mateus, 18:7
[8] 459. Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações? – Nesse sentido a sua influência é maior do que supondes, porque muito freqüentemente são eles que vos dirigem.
 
Por Marina Silva

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