segunda-feira, 18 de junho de 2012

Estudo compara degradação de materiais usados em sacolas de supermercados



As sacolas retornáveis, à venda na maioria dos supermercados, também serão testadas/Foto: Elza Fiúza/ABr


Em um contexto em que se discute, em todo o Brasil, a proibição das sacolas plásticas nos supermercados brasileiros, sob a alegação de que elas causam impactos nocivos ao meio ambiente, comparar o processo de degradação de quatro tipos desses materiais, em igualdade de condições, durante um ano é o objetivo de um estudo iniciado por pesquisadores do Laboratório de Embalagem e Acondicionamento (LEA) do Centro de Integridade de Estruturas e Equipamentos (Cinteq), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Segundo o IPT, a pesquisa simulará a condição de abandono das sacolas no meio urbano.

O prazo do teste foi definido para que os exemplares possam enfrentar as quatro estações do ano e todo o tipo de intempérie.

Serão comparados os seguintes materiais: polietileno comum (sacola tradicional de plástico), polietileno com aditivo para degradação, papel e TNT (sacola retornável, feita de tecido não tecido, com base em polipropileno).

O IPT fez uma parceria com o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo para receber informações meteorológicas do período de vigência dos testes.

A degradação das sacolas será considerada diante das variáveis reais do clima, como temperatura, umidade relativa do ar, precipitações pluviométricas, insolação e direção e velocidade dos ventos.

Segundo o IPT, o teste permitirá a comparação direta dos materiais.

Todas as sacolas estarão expostas simultaneamente às mesmas condições, sem vantagem ou desvantagem para nenhum material, de modo que a situação seja realista, reproduzindo o descarte possível.

De acordo com a metodologia do projeto, 40 sacolas foram alocadas na cobertura de um dos prédios do campus do IPT, divididas em grupos de dez unidades.

Cada um desses grupos será retirado conforme cada etapa seja cumprida.

Assim, as sacolas são retiradas com um mês, três meses, seis meses e 12 meses.
Ao deixarem a exposição, as unidades voltarão para o laboratório e passarão por ensaios de resistência mecânica, perda de massa e perda de cor.

No total serão realizados sete testes, e os dados serão comparados com os testes das sacolas novas, apurados antes do início da exposição ao tempo.

De acordo com o IPT, o projeto poderá ser um passo para uma pesquisa mais profunda, com base em Análise de Ciclo de Vida (ACV) focada em condições brasileiras, já que os dados disponíveis na literatura são experiências realizadas com embalagens na Europa.

Polêmica em São Paulo

Os supermercados paulistas deixaram de distribuir as sacolas plásticas em 25 de janeiro, após acordo firmado entre o governo de São Paulo e os estabelecimentos comerciais.

Com o fim da distribuição, os consumidores terão de optar entre as sacolas retornáveis ou biocompostáveis, feitas de amido de milho, vendidas nos estabelecimentos.

A primeira opção, que pode ser usada várias vezes, é apontada como preferencial.

A ideia é contribuir para a diminuição de um problema ambiental causado pelo descarte das 2,4 bilhões de sacolas plásticas distribuídas todos os meses no estado.

Com informações da Agência Fapesp / Via EcoD

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