quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Dez perguntas a Míriam Miranda




O Diário do Engenho está inaugurando uma nova coluna: Entrevistas.
A partir de agora, o leitor de nosso periódico eletretronico poderá saborear - sempre aos fins de semana - um bate papo especial realizado com personalidades envolvidas com as mais diferentes questões do universo piracicabano.
E, abrindo esse espaço, a nova coluna traz a público 10 perguntas feitas a Mi­riam Miranda.

Incansável batalhadora da causa animal, ativista engajada na luta pelo defesa, proteção e direito dos animais, Mi­riam Miranda comanda com amor e dedicação a ONG piracicabana Vira Lata Vira Vida. Nas últimas semanas, Mi­riam  representando a ONG - foi também uma das responsáveis - ao lado do Centro de Zoonoses de Piracicaba e outras entidades - pela guarda e tratamento do rotweiller Lobo - arrastado (acidentalmente?) pelas ruas de Piracicaba em uma caminhonete (e que, infelizmente, veio a óbito na última terça-feira, dia 15, após lutar heroicamente por sua vida).

Leia. Reflita. Comente.

***

1: Para além da tristeza, como voce e a ONG Vira Lata Vira Vida estão entendendo o que aconteceu com o cachorro Lobo?
Quais serão, na sua visão, os possí­veis desdobramentos do caso?

[Mi­riam Miranda]:
A nossa luta agora é em busca da mudança de legislação.
Desde o acolhimento da denúncia até a aplicação da penalidade.
É preciso que os direitos dos animais sejam respeitados não só em palavras, mas em ações concretas.
O contrário disso demonstra uma sociedade em decadência.

2 : Por conta da violência do ocorrido com Lobo, o caso dele provocou grande mobilização e muita revolta.
Voce não teme que, pela gravidade da situação, a indignação popular gere ainda mais problemas e violência?
Como devem se comportar agora todos os que estão interessados em não deixar o caso ser esquecido nem passar em branco?

[M.M.]:
A violência e revolta social contra uma possí­vel impunidade no caso deve ser descartada.
A sociedade deve crescer como um todo.
Devemos avançar no sentido da paz, da justiça e da estabilidade social.
Perderemos todos.
Inclusive a causa animal.
A luta e a revolta deve ser contra a legislação branda demais, que tem brechas demais.
E contra isso se luta com ações, diálogo, articulação.
A impunidade nos revolta profundamente, mas não podemos igualar ou nivelar a sociedade pelo que há de pior: a violência.

3 : Certamente tudo foi feito para salvar a vida de Lobo, não?
Quais os parceiros que voce gostaria de destacar nessa luta pela vida de Lobo?

[M.M.]:
Os profissionais do Centro de Controle de Zoonoses de Piracicaba, em especial Dra. Rafaela, que fez o primeiro atendimento.
Talvez, o pior momento vivido por Lobo.
Dor, sofrimento, estresse, medo.
O trabalho dela garantiu a sobrevivência de Lobo na temida primeira noite.
Dr. Armando Frasson, Dra. Solange Frasson e toda equipe da clí­nica.
Algumas pessoas especiais que não foram destacadas:
D. Diva, que se sentava ao lado dele, mesmo sedado, e lhe fazia companhia.
Sr. Vicente, que se tornou uma espécie de avô do Lobo, que fez bem mais do que seus curativos.
D. Iolanda, que conversou com Lobo o tempo todo e foi a referência dele na clí­nica.
Ele a obedecia e mudava o semblante quando ela estava por perto.

4 : Em relação ao Lobo, não seria interessante a construção de um monumento que marque o ocorrido?
Lobo foi cremado na sexta-feira, 18, numa cerimónia simples no Éden Pet, em Campinas.
Gostarí­amos que ele ficasse no abrigo da Ong, onde ele estaria se estivesse vivo.
Ele ficará num pequeno jardim.
Trabalhamos muito com educação.
Recebemos sempre crianças, adolescentes e a lembrança de Lobo será sempre uma referência na luta pelos maus tratos.
No sábado, 19, realizamos uma cerimonia simples no abrigo, ás 15h, para homenageá-lo.

5 :Pensando nos inúmeros casos de violência contra o animal, voce concorda que foi a Gazeta de Piracicaba um dos primeiros Órgãos da imprensa piracicabana a denunciar tais casos e a trazer  a tal vergonha municipal?
Como voce vê a colaboração geral da imprensa piracicabana e também dos movimentos populares via redes sociais em relação à causa animal?


[M.M.]: A Gazeta de Piracicaba é responsável pela criação de uma nova consciência sobre o tema.
É sem dúvidas, uma referência não só em Piracicaba, mas na região.
As pessoas passaram a entender e respeitar o trabalho de proteção animal.
Hoje, toda imprensa de Piracicaba dá destaque, participa de campanhas, informa os leitores de forma séria.
Piracicaba é uma referência na divulgação e nas conquistas na proteção animal.

6: Por que voce acha que Piracicaba vem, infelizmente, se destacando nacionalmente na questão aos casos de violência contra todo tipo de bicho?
O que pode ser feito para tentar por fim a esse recorde absurdo?

[M.M.]:
Piracicaba se destaca porque divulga os casos.
Esse é o lado positivo.
A sociedade, ao tomar conhecimento da brutalidade desses casos, se manifesta, repudia, pede justiça.
Esse destaque gera discussão e mudança de consciência.
Mas, é preciso dar a resposta a essa conscientização.
A resposta é a punição, ou melhor, ao cumprimento da lei.
Maltratar animais é crime.
Se é crime, deve ser punido.

7: Como vai indo a campanha em prol da criação de uma delegacia de defesa dos animais? Quais são os próximos passos?

Estarei em Campinas na segunda-feira (dia 22) num debate sobre maus tratos, realizado pela Band. Estará presente ao debate a delegada responável pela Delegacia de Proteção Animal de lá.
Será uma oportunidade para entendermos o funcionamento e encaminhamento dos casos.
A Ong Vira Lata luta pela Delegacia, mas quer dar sua contribuição, abrindo espaço para receber animais que, porventura, sejam retirados do dono.
Com o encerramento da campanha, entregaremos um abaixo assinado e documentação referente aos maus tratos em Piracicaba a autoridades locais para que elas encaminhem o processo da abertura da delegacia aqui.

8 : Há algum vereador ou algum político piracicabano que esteja realmente interessado em apoiar essa causa?

[M.M.]:
Hoje não temos um vereador que fala sobre o tema, apresenta proposituras, alerta sobre abusos.
É uma pena que um tema que mobiliza tanto a população tenha apenas um vereador interessado. Muitos ignoram totalmente e nos tratam com distanciamento.
A Ong Vira Lata acredita que o Executivo esteja mais sensibilizado com esse tema.
Precisamos no momento de ações rápidas e efetivas.
Por isso essa sensibilização é significativa.

9: Como vai indo a ONG Vira Lata Vira Vida?
Quem quiser colaborar com a organização (e com seus animais) o que deve fazer?

[M.M.]:
Temos diversas frentes de trabalho dentro e fora do abrigo.
Toda ajuda é muito importante.
No caso de colaboração financeira é necessário entrar em contato com a Ong.
E a ração é sempre nossa maior necessidade.
Nosso site é: www.viralataviravida.org.br, estamos no facebook, perfil 2 ( o primeiro está esgotado) e nosso telefone: 9831 1929.

10 : Quais as expectativa para o show de Janu & Conjunto Adonai em prol da Vira Lata Vira Vida, no próximo dia 8 de dezembro?

[M.M.]:
Precisamos garantir a ração de janeiro.
Ainda não conseguimos garantir a segunda quinzena de dezembro e essa é uma grande preocupação. O show do Janu & Conjunto Adonai, além de encerrar com muita emoção o nosso ano, nos ajudar muito na compra da ração.
Fora as questões financeiras da instituição, uma confraternização para membros, colaboradores e simpatizantes da causa.
Estamos honrados com esse evento.

http://www.diariodoengenho.com.br/

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