quinta-feira, 24 de maio de 2012

Rituais Religiosos

Nenhuma religião pode ser utilizada como desculpa para atos retrógrados e cruéis.

Não pode servir de escudo para o crime.


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O que é:
Sacrifício de animais em cultos religiosos.
Sacrifício é a prática de oferecer como alimento a vida de animais, humanos ou não, aos deuses, como ato de propiciação ou culto.
 
O que ocorre:
A Lei: os direitos animais (direito à vida, a liberdade e a integridade física e psicológica) x liberdade de culto (que por sua vez, é diferente de liberdade religiosa)

"Nenhuma oferenda de sangue de besta, ou de pássaro, ou de homem, pode retirar o pecado, porque como pode a consciência ser purgada do pecado pelo derramamento de sangue inocente?
Não, isto só aumentará o pecado". (Ensinamento 33 - Evangelho dos Doze Santos)

Sustenta-se a inconstitucionalidade do sacrifício de animais em ritos “religiosos”.
Diante do que a Constituição estabelece, é imperioso reconhecer que a liberdade religiosa não inclui, no seu âmbito normativo (limite imanente), a lesão ou a matança de animais.
A imolação de animais agride a Carta Magna, é proibida.
O direito do animal não-humano de permanecer vivo, bem como o direito de ter a sua integridade corporal a salvo, dentre outros, superam a aludida apreensão do direito à religião.
O direito à vida, integridade física, liberdade, dos animais não-humanos conformam a liberdade religiosa.

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Ora, não se pode fugir da constatação de que a defesa da possibilidade de sacrificar animais em nome da liberdade religiosa é um posicionamento especista.
Ora, não se especula acerca do cabimento do sacrifício humano em nome da liberdade de religião, conquanto tal conduta já tenha sido aceita no passado.
Não é por outra razão o exemplo, como obviedade, citado por José Carlos Vieira de Andrade: poder-se-á invocar a liberdade religiosa para efetuar sacrifícios humanos?
Claro que não!
Nem há o que sopesar.
E o que explica se defenda não poder o sacrifício humano e poder sacrificar um animal não-humano, a não ser o especismo?
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Sacrifício à Exú. Várias cabeças de bode arrancadas, e vários galos e galinhas num balde.
 
 
A hodierna compreensão humana, desenvolvida ao longo da história, evolução de um processo dialético, de experiências, não admite, em postura amplamente majoritária, o sacrifício de animais em práticas “religiosas”, conduta, habitualmente, tida por repugnante, ignóbil.
Há, atualmente, um consenso social que rejeita o sacrifício, em alusão, de animais não-humanos.
O direito da minoria não pode ser invocado.

Duas razões:
1) em primeiro lugar, nem toda minoria tem direito, ou seja, o interesse/valor da minoria deve ser albergado pela legislação, o que não acontece neste caso;
2) o direito da minoria visa proteger os mais fracos, os grupos em inferioridade, ameaçados, e, a toda prova, os mais débeis, ainda que não em número, são os animais não-humanos.
 
Por derradeiro, não se furta a ser, neste setor, fundamentalista: não é crível pensar que a morte ou a dor de um animal não-humano, inocente, possa de algum modo contribuir para a felicidade humana ou para a ligação com Deus (religião – eligare).
 
Não é tolerável, seja pela sentimento ou pela razão.

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Ficam as palavras de Tom Regan, Professor Emérito da Universidade da Carolina do Norte (Estados Unidos da América), uma das vozes mais autorizadas sobre o tema, reconhecido mundialmente:
 
“Os animais não existem em função do homem, eles possuem uma existência e um valor próprios.
Uma moral que não incorpore esta verdade é vazia.
Um sistema jurídico que a exclua é cego.”

Candomblé

Os animais no candomblé são considerados como oferendas aos orixás.
Estas oferendas são uma forma ritualística pela qual os praticantes dessa religião oferecem amalás (comidas de santo) aos orixás, que podem ser cruas ou não e “partes” de animais sacrificados.
Estas partes são chamadas “forças” ou “axé” dos animais.
São elas as patas, as asas, a cabeça, a cauda, o coração, o pulmão e a moela.
O “restante” não tem valor como oferenda.
Os praticantes da religião dizem que a imolação de animais é prática muito antiga e que toda religião que tem a Bíblia como base não pode ser discriminada por usar animais em seus rituais religiosos.

Os sacrifícios e suas “utilidades”

Acreditasse que...
O sangue é a fonte vital da vida e através dela o Orixá retira suas energias para poder trabalhar. Esta é a única maneira do Orixá conseguir energia?
Não.
Existem diversos tipos de oferendas onde o Orixá irá retirar a energia para trabalhar em benefício do seu filho, no entanto, a energia extraída através do sangue é tão grande que o Orixá poderá atender o pedido rapidamente.
Os animais mais utilizados são frangos, galinhas, cabritos, carneiros e pombos.
Através de uma faca bem afiada, seu pescoço é cortado.

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Dentro da organização de um terreiro, há sempre uma pessoa, além do Babalorixá ou Yalorixá, especializada para isso.
É o Axogun ou o “mão-de-faca”.
Dele depende o êxito do sacrifício e a aceitação por parte do Orixá do animal sacrificado.
Uma matança mal feita é rejeitada e, muitas vezes o Orixá, a quem a matança se destina, cobra-a em dobro, ou em triplo.
Assim se pode avaliar a responsabilidade do seu executor.

Kaparot:

Ritual da religião judaica.
A tradução literal é "Expiação".
É um ritual que costuma-se fazer antes do Yom Kippur, que consiste no sacrifício de galináceos e recitação de versículos e passagens da Torah.
A galinha é rodada várias vezes por cima da cabeça da pessoa, para tirar a negatividade!
Depois é morta, e a pessoa tem que assistir.
 
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Imagens do ritual do Kaparot
Soluções:
A religião afro-brasileira que não assassina

A Umbanda tem suas raízes nas religiões indígenas, africanas e cristã, mas incorporou conhecimentos religiosos universais pertencentes a muitas outras religiões.

A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamento de orixás e não tem nessa prática legitima e tradicional do Candomblé um dos seus recursos ofertatórios às divindades, pois recorre às oferendas de flores, frutos, alimentos e velas quando as reverencia.

Essa religião não aceita a tese defendida por alguns adeptos dos cultos de nação que diz que só com a catulagem de cabeça e só com o sacrifício de animais é possível as feituras de cabeça (coroação do médium) e o assentamento dos orixás, pois, para a Umbanda, a fé é o mecanismo íntimo que ativa Deus, suas divindades e os guias espirituais em beneficio dos médiuns e dos freqüentadores dos seus templos.

A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda e suas práticas ofertatórias isentas de sacrifícios de animais são uma reverencia aos orixás e aos guias espirituais, recomendando-as aos seus fiéis, pois são mecanismos estimuladores do respeito e da união religiosa com as divindades e os espíritos da natureza ou que se servem dela para auxiliarem os encarnados.”

Fontes:
Instituto Nina Rosa
PEA
http://www.direitonet.com.br/artigos/x/18/03/1803/
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3174
http://www.colegiodeumbanda.com.br/index.php?Itemid=40&id=21&option=com_content&task=view
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sacrif%C3%ADcio
 
 
http://uniaolibertariaanimal.com/faces-da-exploracao/rituais-religiosos
 
 
 
 

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