A Doença
Clamidiose Felina (Pneumonite Felina) é uma doença respiratória, de manifestação crônica.
Incidência e prevalência
A Clamidiose ocorre em todo o mundo e afeta cerca de 5% a 10% da população.
Foi isolado o agente causal em gatos pela primeira vez em 1942.
É especialmente comum em filhotes (2 a 6 meses de idade) e em locais com alta densidade de gatos (casa, criatórios e lojas).
Surtos ocorrem com frequência em locais onde a higiene é precária e pouco ventilado.
Além disso esses surtos podem ocorrer em situações de stress, como a introdução de um novo animal na casa, cio, falta de comida ou até mesmo competição.
Etiologia
A pneumonite felina é causada por Chlamydophila felis (Chlamydia psittaci), um microrganismo intracelular.
Este se reproduz nas células do trato respiratório causando irritação e sintomas brandos.
Multiplica-se também na mucosa gástrica e também no trato reprodutivo, mas não há sintomas relatados.
Transmissão
O agente causal pode se disseminar através das secreções dos animais acometidos.
São comuns as seguintes vias de transmissão: contato com objetos contaminados, como gaiolas, comida, água, panos, escovas e pentes.
Contato direto com boca, focinho ou descarga ocular de gatos contaminados.
Gotículas em suspensão causada por espirros e tosse.
Gatos portadores, apesar de não apresentarem sintomas, podem disseminar o agente (principalmente após eventos de stress).
Apesar de incomum é possível à transmissão a humanos (zoonose), causando nestes a conjuntivite.
Sinais clínicos
A Clamidiose é sintomática apenas para o trato respiratório e olhos.
O período de incubação médio é de 10 dias.
O animal pode ser assintomático, e isto pode dificultar o trabalho do Médico Veterinário se não houver suspeita e comprovação laboratorial.
Quando presentes, os sinais clínicos mais comuns são: anorexia (falta de apetite), tosse, dificuldade respiratória, febre (mais frequente com a progressão da doença), pneumonia (em filhotes pode ser fatal), rinite, espirros e lacrimejamento que ocorre devido a conjuntivite (uni ou bilateral).
Conjuntivite leva a descarga ocular, inchaço e dor.
Apesar da C. psittaci colonizar o trato reprodutivo, não há evidências científicas demonstrando problemas reprodutivos, mas filhotes podem se contaminar no momento do parto e apresentar como sinal clínico uma conjuntivite severa.
Diagnóstico laboratorial
- Sorologia – Clamidiose Felina por ELISA.
- Hemograma.
- Devido à dificuldade da coleta e raridade da amostra, geralmente se recomenda check up (ex. perfil renal) geral do animal.
Tratamento
Geralmente o tratamento é simples e eficaz, tendo como base a antibioticoterapia (por exemplo: tetraciclina, quinolonas).
Em casos mais graves, um período prolongado pode ser necessário (até 6 semanas).
Uso de antibióticos tópicos (colírios) e limpeza de focinho e olhos.
No caso de vários gatos no mesmo local, é recomendável o tratamento de TODOS (portadores) e separação dos sintomáticos.
Reforçar a limpeza do ambiente e objetos, e ainda minimizar o stress. Medicação de suporte em casos necessários.
Prevenção
Existem vacinas disponíveis, geralmente vacinas vivas (cepas atenuadas) e associadas a outros agentes de doenças de felinos (quádruplas ou quíntuplas).
Gatos que vivem em grupos ou que tem acesso à rua devem ser vacinados.
A vacinação não previne a infecção, mas sim a severidade e ocorrência de sinais severos.
Prognóstico
Bom, a doença se devidamente diagnosticada e tratada através da antibioticoterapia, apresenta bons resultados.
CRMV-RJ-8489
Clínica auQmia – Nova Friburgo – RJ
http://lupusalimentos.com.br
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