Três ativistas afirmam ter cortes e lesões pelo
corpo depois de um confronto com a tripulação de um navio baleeiro japonês
próximo à costa da Antártida.
O incidente ocorreu nesta quarta-feira, cerca de
480 km ao norte da Península de Mawson, que fica no continente
antártico.
Um comunicado no site do grupo Sea Shepherd,
que combate a caça às baleias, disse que a tripulação do navio japonês Yushin
Maru 2 usou ganchos e um bastão de bambu para atingir os ativistas, que estavam
em dois pequenos botes.
Segundo o grupo, os ativistas tentavam reduzir a
velocidade da embarcação japonesa, que estaria perseguindo seu barco, o Steve
Irwin.
O Instituto de Pesquisa de Cetáceos (ICR, sigla
em inglês), com sede no Japão, disse em comunicado que os ativistas tentaram
"sabotar" o Yushin Maru 2, jogando ganchos amarrados a cordas e garrafas de
vidro cheias de tinta.
Além disso, segundo o ICR, os ativistas tentaram cortar
cordas e enroscá-las nas hélices do navio. "Quando os ativistas começaram a usar
uma faca para cortar as cordas e redes do bote salva-vidas do YS2, a tripulação
do navio japonês usou varas de bambu como um meio de empurrar o bote (do Sea
Shepherd) de volta", afirma a nota do instituto.
Os japoneses também divulgaram um vídeo do
incidente, mostrando um canhão d'água do Yushin Maru 2 sendo usado contra um
pequeno bote de borracha, enquanto os ativistas arremessavam objetos contra o
navio.
A frota japonesa navega todo ano, durante o outono, em direção ao sul,
retornando na primavera seguinte.
Essas viagens são sempre acompanhadas por
embarcações do Sea Shepherd, que tentam interromper as atividades de caça às
baleias.
Banimento à caça
Depois que a Comissão Baleeira Internacional
(CBI) proibiu a caça comercial às baleias, em 1986, o Japão criou o Programa
Japonês de Pesquisa de Baleias na Antártida (Jarpa, sigla em inglês), que mata
cerca de mil cetáceos por ano, alegando fins científicos.
O ICR afirma que o programa é legal e respeita
as convenções internacionais.
No entanto, grupos ambientalistas como o Sea
Shepherd e o Greenpeace criticam a iniciativa, dizendo que ela é um meio para
manter ativa a caça comercial das baleias, mas de forma acobertada.
Confrontos entre caçadores e ativistas já
ocorreram anteriormente, bem como colisões entre embarcações do Sea Shepherd e
navios baleeiros.
Na semana passada, o Japão deportou três ativistas de volta
para a Austrália, depois que eles conseguiram embarcar em um navio de apoio a
baleeiros.
Alguns países, como a Noruega, rejeitam e
ignoram a moratória da CBI, enquanto outros - como o Japão - emitem "permissões
científicas" unilaterais, algo que qualquer integrante da comissão pode fazer.
Apesar da proibição, a CBI concede permissões para a caça às baleias a grupos
que têm os animais como forma de alimentação de subsistência - caso dos esquimós
inupiat, que habitam o Alasca.
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