segunda-feira, 26 de julho de 2010
Diabetes em animais de estimação
O diagnóstico do diabetes em cães e gatos vem se tornando cada vez mais comum e já não causa tanta estranheza.
Com sintomas semelhantes aos dos seres humanos, os animais com diabetes costumam apresentar a doença já idosos, entre 8 e 12 anos.
No entanto, acredita-se que a expectativa de vida desses animais – desde que ele não seja diagnosticado em estágio muito avançado do diabetes - seja a mesma de um animal normal.
Não há estatísticas brasileiras para cães e gatos com diabetes.
Normalmente, a referência está nos estudos americanos.
“A incidência do diabetes em cães e gatos é menor do que a dos seres humanos.
Segundo um estudo americano, é de 0,002%, mas tem aumentado nas últimas décadas.
Isso é explicado pela maior expectativa de vida dos animais e também pelo aumento da incidência de obesidade”, explica o médico veterinário Ricardo Duarte, Prof. de Clínica Médica de Pequenos Animais do Creupi-SP e Doutorando em Clínica Veterinária pela USP.
Entre as causas do diabetes em animais de estimação estão relacionadas: o fator hereditário, um organismo debilitado, pancreatite e fatores de resistência à insulina, entre eles a obesidade.
Diagnósticos em Cães e Gatos
As manifestações do diabetes são semelhantes em todas as espécies.
A diferença no diagnóstico de cães e gatos está na forma como cada animal expressa os sintomas.
Os sintomas mais comuns são:
o aumento do volume da urina, ingestão de água e emagrecimento.
No entanto, alguns animais podem ter o apetite aumentado, o que nem sempre é visto com maus olhos pelos proprietários.
“Curiosamente, boa parte dos cães diabéticos são diagnosticados quando procuram o veterinário por causa do surgimento de catarata, que não é um sintoma inicial do diabetes.
Gatos diabéticos geralmente não desenvolvem a catarata, mas a neuropatia diabética, que pode causar dor e dificuldade para andar”, explica o veterinário.
Previna o Diabetes em Seu Animal
Leve-o pelo menos uma vez ao veterinário;
Alimente-o com ração balanceada e de boa procedência;
Se der comida caseira, divida em partes iguais de carne, legumes e arroz (de preferência integral, por ter maior quantidade de fibras);
Não oferecer alimentos gordurosos ou ricos em carboidratos simples;
Não dê doces aos animais;
Dedique um período do dia para passear e brincar com o animal (isso é atividade física).
Tipo do Diabetes e Teste de Glicemia
“A etiologia do diabetes não está bem estabelecida em pequenos animais.
Por ocasião do diagnóstico, a maioria dos cães diabéticos têm pouca produção de insulina.
Acredita-se que entre 90 e 95% dos gatos diabéticos têm uma doença semelhante ao diabetes tipo 2 dos seres humanos”, esclarece o veterinário Ricardo.
Para a medição da glicemia em animais, normalmente usa-se monitores portáteis para seres humanos.
“Diferente dos seres humanos, na clínica utilizamos sangue venoso ao invés do sangue capilar.
Por isso é importante saber se o aparelho que será usado é válido para uso em animais.
Recentemente concluímos uma pesquisa para avaliar duas marcas comuns de glicosímetros para o uso em cães”, afirma Dr. Duarte.
Perfil de Cães com Diabetes
Entre os cães, as raças com mais predisposição ao diabetes são poodle e schnauzers. Vale ressaltar que o diabetes é mais comum em cadelas do que em machos e que, segundo o Dr. Duarte, em um dos últimos levantamentos a respeito a relação entre machos e fêmeas era de 5 para 1.
Os cães são tratados à base de insulina e, uma vez diagnosticados, dependem dela para o resto de suas vidas, ou seja, são insulino dependentes.
A insulina do cão é idêntica à dos suínos e difere apenas em um aminoácido da insulina humana.
Anna Maria Narcise, administradora de empresas e dona da poodle toy Minnie Scarlet, descobriu o diabetes em sua cadela aos 10 anos de idade, depois de uma cirurgia de catarata mal sucedida.
“Ela passou a tomar corticóides depois da cirurgia e após quarenta dias de medicação, sem comer ou beber, em pele e osso, ela foi diagnosticada com diabetes medicamentosa “, afirma Narcise.
Hoje, Minnie toma aplicações de insulina duas vezes ao dia, usa 60 injeções por mês, faz exercícios e tem alimentação balanceada, inclusive com ração especial.
“Ela come cenoura no vapor, pouco sal, nenhum açúcar e frutas em pouca quantidade.
O diabetes não tirou o apetite de Minnie, que faz uma festa quando eu chego em casa porque sabe que vai comer”, completa
Texto retirado do site da Sociedade Brasileira de Diabetes.
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