Também
conhecidos por Espíritos da Natureza, os Elementais podem ser compreendidos, sob
uma definição laica, como seres (criaturas físicas ou espirituais) que habitam
os quatro reinos da natureza (água, fogo, terra e ar) e podem exercer influência
sobre os seres vivos.
O fundamento que conceitua e aborda a existência de seres da natureza teria origem no Bramanismo, antiga filosofia religiosa da Índia, antecessora do hinduísmo.
O fundamento que conceitua e aborda a existência de seres da natureza teria origem no Bramanismo, antiga filosofia religiosa da Índia, antecessora do hinduísmo.
Do mesmo modo,
desde as primeiras civilizações surgidas, há referências sobre seres oriundos e
habitantes da própria natureza.
Na Grécia, Roma, Egito, China e Índia,
acreditava-se na existência de seres que habitavam as águas, o ar, o fogo e a
terra.
Os gregos antigos referiam-se a estes seres como daemon (demônios).
Entre
os romanos, eram chamados de Genius Loci (Gênio Local) e eram alvos de adoração
pela qual erigiam-se templos.
Mesmo no folclore brasileiro, alguns personagens
(como a Caipora e Mãe-d’água) possuem características comuns aos
elementais.
A palavra elemental pode significar mente de Deus.
A palavra elemental pode significar mente de Deus.
Sendo assim, a origem destes seres poderia também
estar diretamente associada a Deus.
Neste caso, seriam "emanações" diretas da
entidade criadora, que foram lançadas na Terra e encontram-se em processo
constante de aprimoramento espiritual e moral.
Ainda, antigas tradições
afirmavam que todos os elementos da natureza possuem um "princípio inteligente".
Deste modo, os elementais seriam diferentes.
Há alguns pontos curiosos sobre as lendas que circundam os elementais.
Há alguns pontos curiosos sobre as lendas que circundam os elementais.
Um ponto interessante é que mesmo
pertencendo a reinos distintos, de modo que um não tenha possibilidade de
penetrar nos outros reinos, os elementais poderiam travar verdadeiras batalhas
entre si em "campo neutro"; ou seja, o mundo físico em que vive o ser humano.
Os
antigos acreditavam que, por exemplo, quando um raio atingia uma montanha, era
um sinal de que elementais do ar atacavam elementais da terra.
Ainda, uma mulher
que gere uma criança sem que tenha ocorrido a copulação, terá este fato
atribuído à ação dos elementais.
Através de um ponto de vista moderno, a crença na existência dos elementais pode não encontrar espaço e relevância.
Através de um ponto de vista moderno, a crença na existência dos elementais pode não encontrar espaço e relevância.
Embora, em diversas citações de notáveis da história da humanidade,
há várias referências, como os filósofos Sócrates e Platão, o escultor
renascentista Benvenuto Cellini, Santo Antônio, Napoleão Bonaparte e
Sheakespeare.
O Alquimista e os Gnomos
Paracelso, em toda sua extensa obra, fez várias citações diretas a respeito dos elementais.
O Alquimista e os Gnomos
Paracelso, em toda sua extensa obra, fez várias citações diretas a respeito dos elementais.
O
alquimista teria tomado conhecimento e interessado-se pelo tema em suas viagens
ao oriente.
Segundo ele, os quatro elementos originais do universo eram
constituídos de dois princípios distintos: um metafísico (sutil e vaporoso) e
outro físico (substância corporal).
Os elementais seriam seres compostos do
primeiro princípio, uma substância conhecida por éter.
De outro modo, os corpos
dos elementais são constituídos de uma matéria trans-substancial; que, em
momento algum, se assemelha ao corpo físico dos homens.
Ainda, segundo Paracelso, "os Elementais não são espíritos porque têm carne, sangue e ossos; vivem e se reproduzem; eles falam, agem, dormem, acordam e, conseqüentemente não podem ser chamados, propriamente, espíritos.
Ainda, segundo Paracelso, "os Elementais não são espíritos porque têm carne, sangue e ossos; vivem e se reproduzem; eles falam, agem, dormem, acordam e, conseqüentemente não podem ser chamados, propriamente, espíritos.
Estes seres ocupam um lugar entre Homens e
Espíritos, são semelhantes a ambos; lembram homens e mulheres em sua organização
e forma, e lembram espíritos na rapidez de sua locomoção"; ainda "Os Elementais
possuem habitações, roupagens, costumes, linguagem e governo próprios, no mesmo
sentido que as abelhas têm suas rainhas e os bandos e/ou comunidades animais têm
seus líderes" (Philosophia Occulta – Tradução de Franz
Hartman).
O alquimista medieval ainda afirma que os elementais não são imortais.
O alquimista medieval ainda afirma que os elementais não são imortais.
Sua longevidade estaria entre
300 e 1000 anos.
Ao morrerem, se desintegram e retornam a substância da qual se
originou.
Os elementais pertencentes ao plano terrestre têm uma probabilidade
menor de vida; enquanto os elementais do ar tendem a viver por um período maior.
Os seres humanos, por não disporem de total desenvolvimento de suas capacidades
psíquicas e espirituais, não seriam capazes de ver ou se relacionar diretamente
com os elementais.
Os Reinos dos Elementais
Segundo Paracelso, os elementais dividem-se em quatro "categorias" distintas, sendo que cada uma está associada a um reino da natureza.
Os Reinos dos Elementais
Segundo Paracelso, os elementais dividem-se em quatro "categorias" distintas, sendo que cada uma está associada a um reino da natureza.
Em outras interpretações, os elementais também
estão associados a um ponto cardeal e a um dos quatro principais signos do
zodíaco; sendo os gnomos ao norte e ao signo de Touro, ondinas ao oeste e ao
signo de Escorpião, salamandras ao sul e ao signo de Leão e silfos ao leste e ao
signo de Aquário.
Na citação direta de Paracelso: "habitam os quatros elementos:
Ninfas, na água; Silfos, no ar; Pygmies, da terra e Salamandras, no fogo.
São
também chamados Ondinas, Silvestres, Gnomos e Vulcanos. Cada espécie somente
pode habitar e locomover-se no Elemento ao qual pertence e nenhum pode subsistir
fora do Elemento apropriado.
O Elemento está, para o Elemental, como a atmosfera
está para o Homem; como a água para os peixes e nenhum deles sobrevive em
elemento pertencente à outra classe.
Para o Ser Elemental o Elemento no qual ele
vive é transparente, invisível e respirável, como a atmosfera para nós mesmos"
(Philosophia Occulta – Tradução de Franz Hartman).
Gnomos
Gnomos
Os gnomos são os
elementais correspondentes ao reino da terra e subdividem-se em duas classes: os
Pygmies e uma segunda classe denominada Espíritos das Árvores e das Florestas
que abrange os silvestres, os sátiros, os pans, as dríades, hamadríades,
durdalis, elfos e os duendes.
Os Pygmies atuam com pedras preciosas e metais que inclui o corte dos cristais de rocha e o desenvolvimento dos veios minerais.
São guardiões de tesouros ocultos e habitam
cavernas e subterrâneos que as antigas tradições escandinavas denominavam Land
of the Nibelungen (Terra dos Nibelungos).
Os Espíritos das Árvores e das
Florestas estão associados a elementos da natureza terrena de um modo geral,
como as Hamadríades que nascem e morrem com as plantas ou árvores das quais
fazem parte.
De um modo mais abrangente, os elementais pertencentes ao reino da terra e à vida vegetal, atuam na própria criação e proteção dos indivíduos, rejeitando nutrientes, preservando as sementes, entre outras atividades.
Há uma organização social formada por famílias de gnomos e uma hierarquia encabeçada por um rei.
De um modo mais abrangente, os elementais pertencentes ao reino da terra e à vida vegetal, atuam na própria criação e proteção dos indivíduos, rejeitando nutrientes, preservando as sementes, entre outras atividades.
Há uma organização social formada por famílias de gnomos e uma hierarquia encabeçada por um rei.
Sobre seu
comportamento, alguns autores afirmam que são seres hábeis, inteligentes e
amigáveis ao ser humano.
Outras fontes asseguram que podem ser extremamente
maldosos.
Entretanto, em qualquer situação, após conquistar sua confiança, o
gnomo torna-se solícito e cooperativo.
Seriam, ainda, excelentes companheiros
para auxiliar no sucesso de tarefas mágicas, desde que estas fossem realizadas
com propósitos benéficos.
Caso contrário, ao perceber más intenções e sentir-se
traído, o elemental volta-se contra o mago.
Ondinas
Ondinas
As ondinas são os
elementais pertencentes ao reino da água.
Por uma associação natural do
simbolismo da água ao pólo feminino da criação, os seres deste reino são
comumente representados como mulheres.
Há diversas classes de ondinas, como
oreades, nereidas, náiades e as mais populares sereias.
Estando cada classe relacionada a uma situação determinada, como rios, lagos, cachoeiras e oceanos.
Estando cada classe relacionada a uma situação determinada, como rios, lagos, cachoeiras e oceanos.
As ondinas são capazes de interagir livremente com criaturas aquáticas.
Em seu aspecto "físico", uma
ondina possui o dorso de uma mulher e os membros inferiores substituídos por uma
cauda de peixe.
Embora, eventualmente, possam trans- figurar-se provisoriamente
em humano e conviver normalmente entre os homens.
Relatos sobre ondinas
(geralmente classificadas como sereias) que emitem um canto hipnótico e atraem
marinheiros às profundezas das águas são comuns em diversas culturas.
Em seu
comportamento, são consideradas seres emotivos e amigáveis com o homem, a ponto
de servir aos humanos.
Salamandras
Salamandras
As salamandras estão relacionadas ao fogo.
De acordo com as crenças dos místicos medievais, não há
fogo ou calor sem que as salamandras atuem.
Entre os elementais, são
consideradas as mais poderosas e menos amistosas ao homem.
Do mesmo modo que os
outros elementais, as salamandras estão subdivididas em classes.
A mais
conhecida destas classes e denominada Acthnici.
Sobre estes seres, Paracelso diz que "salamandras têm sido vistas de diversas formas desde bolas de fogo até línguas de fogo, correndo sobre os campos ou espreitando nas casas".
Sobre estes seres, Paracelso diz que "salamandras têm sido vistas de diversas formas desde bolas de fogo até línguas de fogo, correndo sobre os campos ou espreitando nas casas".
Outras crenças atribuíam aparições de salamandras em uma forma esférica
flutuando pela noite acima das águas; também como forquilhas de chamas sobre os
rebanhos de ovelhas (esta segunda situação é conhecida como o Fogo de
Santelmo).
Seu aspecto assemelha-se à lagartos.
Seu aspecto assemelha-se à lagartos.
Ainda, para que um humano possa conectar-se com estes seres, eram
fabricados incensos que, através da fumaça produzida, estes elementais poderiam
se manifestar.
Silfos
Silfos
Os silfos pertencem ao
quarto reino da natureza, o ar.
Porém, o ar (como elemento) referido não é a
atmosfera propriamente dita, e sim uma substância muito mais sutil e intangível
ao homem.
Entre os silfos, enquadram-se as conhecidíssimas
Fadas.
Era comum a crença de que estes seres habitavam o cume das mais altas montanhas da Terra ou as nuvens.
Era comum a crença de que estes seres habitavam o cume das mais altas montanhas da Terra ou as nuvens.
Segundo as antigas crenças, os silfos têm por função modelar os cristais de gelo
para que transformem-se em flocos de neve.
Sua longevidade atingia em torno de
1000 anos e teriam a capacidade de transmutar temporariamente sua aparência de
modo a se assemelharem aos humanos.
Seu comportamento é alegre, volúvel e
excêntrico.
Elementais & Culturas
Sob o ponto de vista dos primeiros anos do cristianismo, todas as classes de elementais foram reunidas e consideradas como daemon (demônios).
Elementais & Culturas
Sob o ponto de vista dos primeiros anos do cristianismo, todas as classes de elementais foram reunidas e consideradas como daemon (demônios).
Por conseqüência, a estes seres foi
atribuída uma imagem negativa que, em alguns casos, permanece atualmente.
Elementais também foram confundidos com Súcubos e Incubos.
Há um registro interessante, atribuído a São Jerônimo, de um sátiro (elemental pertencente ao reino da terra) que havia sido capturado durante o reinado do imperador romano Constantino.
Há um registro interessante, atribuído a São Jerônimo, de um sátiro (elemental pertencente ao reino da terra) que havia sido capturado durante o reinado do imperador romano Constantino.
Esta criatura seria fisicamente semelhante a um humano; entretanto,
possuía chifres e pés de caprinos.
O sátiro, após a morte, teria tido seu corpo
preservado em sal e sido entregue ao imperador.
As tradições pagãs européias promoviam rituais para conectar-se com os elementais de modo que estes pudessem intervir na prosperidade das colheitas.
As tradições pagãs européias promoviam rituais para conectar-se com os elementais de modo que estes pudessem intervir na prosperidade das colheitas.
Sob a análise da angelologia,
os elementais seriam formas inferiores de anjos.
Do mesmo modo que os anjos
atuam conduzindo a energia criadora sobre os homens, os elementais seriam
responsáveis pela condução desta energia e direcioná-la aos reinos minerais,
vegetais, etc.
No início do século XX, precisamente em 1917, duas crianças inglesas, Frances Griffiths e Elsie Wright, apresentaram fotografias nas quais, supostamente, brincavam com fadas em um bosque na região em que moravam.
No início do século XX, precisamente em 1917, duas crianças inglesas, Frances Griffiths e Elsie Wright, apresentaram fotografias nas quais, supostamente, brincavam com fadas em um bosque na região em que moravam.
A farsa foi dissolvida apenas no início da
década de 80, quando as mesmas garotas, já idosas, confessaram: as fadas haviam
sido feitas de papel e presas por alfinetes.
Atualmente, os elementais estão fortemente associados a doutrinas esotéricas bastante diversificadas entre si, e a imagem de gnomos e fadas tornou-se quase um arquétipo no ocidente.
Atualmente, os elementais estão fortemente associados a doutrinas esotéricas bastante diversificadas entre si, e a imagem de gnomos e fadas tornou-se quase um arquétipo no ocidente.
É
possível, aos mais céticos, negar a existência destas criaturas; entretanto, não
é possível ignorar a significância e profundidade da influência que os
elementais exercem em diversos aspectos culturais das sociedades ao longo dos
tempos.
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