sábado, 11 de maio de 2013

Seja responsável: adote.







Por que ter um cão?

Cada vez mais, estudos científicos confirmam os benefícios obtidos através do contato com os animais de estimação. Podemos citar, como exemplo, a companhia, estímulos a diferentes atividades, incentivos a terapias (Zooterapia / Atividade, Terapia Assistidas por Animais), melhora na socialização, aumento da auto-estima e qualidade de vida, sensações de tranqüilidade e bem estar, alegria, redução do estresse, diminuição da pressão arterial, freqüências cardíaca e respiratória e melhora do sistema imunológico.
Os animais também auxiliam em fases difíceis como luto, doenças, perdas diversas, ou até mesmo durante a saída dos filhos de casa.

A presença de um animal em casa diminui a solidão, pois além de serem valiosos companheiros e formar um importante vínculo afetivo com seu responsável (tutor), eles atraem a atenção e contato de outras pessoas que também gostam de animais.
 
O amor incondicional dos animais também pode fazer com que seus responsáveis se sintam úteis, importantes e especiais, elevando a auto-estima, e consequentemente, estimulando em sua rotina diária.

Pesquisas demonstram que passeios regulares com animais de estimação, mais especificamente com cães, mesmo que de maneira moderada, fazem bem ao coração, auxiliam na perda de peso, proporcionam sensações de bem estar, diminuem o estresse, pressão arterial, colesterol e triglicérides.

Estas e outras constatações, assim como o exemplo de amor incondicional e lealdade ímpar, conferem aos cães o título de o “melhor amigo do homem”.
 
Entretanto, o mesmo não se pode afirmar de nossa parte.
 
Neste caso, infelizmente, a recíproca não é verdadeira.



As tristes estatísticas.

Diariamente, recebemos notícias de animais que sofreram maus tratos ou foram abandonados por seus responsáveis.

Estudos mostram que em grandes centros urbanos brasileiros, há um cão para cada 5 habitantes e, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicados pela ONG Arca Brasil, cerca de 10% destes está em situação de abandono.
 
Isto significa que em uma cidade como São Paulo, por exemplo, com 10 milhões de habitantes, cerca de 100 mil animais estão nas ruas, em situação de total descaso e abandono.

Animais abandonados estão expostos a todo tipo de sofrimento, como fome, frio, sede, doenças, maus tratos e riscos de atropelamentos.
 
Alguns destes animais quando retirados das ruas, acabam sendo eutanasiados ou mesmo enviados para universidades para fins didáticos ou de pesquisas.
 
Hoje, sabe-se que isto também não diminui os números de animais errantes.
É preciso castrar e conscientizar a população, exigir legislações efetivas.

Ao analisarmos estes dados, começamos a compreender a importância da adoção, guarda responsável e castração.
 
É importante que se consiga compreender que ao optar pela adoção ao invés da compra, vidas são salvas e animais são poupados de sofrimentos.

Ao comprar um animal, além de não auxiliar animais abandonados, ou em situação de maus tratos, incentiva-se cada vez mais a exploração animal.

Alguns criadores possuem verdadeiras “fábricas de filhotes”, onde animais vivem em pequenas baias, por todo tempo, apenas com a finalidade de procriação.
 
Passam anos nesta situação, reproduzindo-se a cada ciclo, por toda vida, ou até enquanto continuem sendo lucrativos.
 
A partir do momento que adoecem ou não cumprem mais seus papéis de reprodutores, são simplesmente descartados como objetos e substituídos por outros mais novos e lucrativos ou, talvez, por uma raça nova, que esteja em maior evidencia no momento.
 
Os filhotes são retirados da mãe por volta dos trinta dias ou menos, e expostos em vitrines, feiras e sites. Chegam a passar meses em pequenas “gaiolas”.


Se tudo isso já não bastasse, muitas vezes, pessoas compram estes animais por impulso.
 
Estas, em breve, começam a perceber detalhes que na hora da compra passaram despercebidos, como características, personalidade e necessidades daquele animal, e simplesmente resolvem se desfazer dele.
 
Sendo assim, a primeira opção é tentar vendê-lo, mas esquecem que compradores iguais a elas preferem filhotes recém nascidos também.
 
A segunda opção seria doá-lo para alguém.
 
A terceira é querer exigir que uma ONG de proteção animal ou algum protetor resolva seu “problema”.
 
Caso não tenha êxito em nenhuma das opções anteriores, simplesmente este animal é abandonado ou enviado para eutanásia.
 
E não pense que isto é exagero, é apenas o que é possível acompanhar na rotina veterinária, ou diariamente em sites e redes sociais de ONGs e protetores.

E quem financia tudo isso?
 
Os compradores, a maioria deles compulsivos, que buscam novas raças ou novos filhotes, como se compra um sapato da última moda.



Como melhorar.

É preciso conscientizar os adultos e principalmente educar nossas crianças, fazê-las compreender, desde muito cedo, o significado de palavras como respeito, amor, responsabilidade e de sentimentos como a afetividade e lealdade proporcionados pelos animais.

Crianças nascem desprovidas de preconceitos.
 
Nós, adultos, que os transmitimos a elas, assim como, a idéia distorcida de valores e modismos.
 
Um entre tantos valores distorcidos é o atribuido aos animais.
 
Muitos os calculam como simples “mercadoria”, objeto, ou apenas como mais um artigo de luxo, onde seu valor pode ser definido por sua espécie, raça, cor, pelagem, sexo, pedigree, etc.

Animais são seres sencientes, não são brinquedos, não podem ser adquiridos como se adquire um objeto, simplesmente por sua aparência, ou por serem parecidos com de um ator ou vizinho, ou terem aparecido em um filme ou novela.

Antes de adquirir um companheiro tão especial assim, tenha a certeza de que você terá tempo e condições para cuidar dele, e não apenas na saúde, mas também na doença.
 
Animais precisam de atenção, de carinho, de companhia, de passeios, de banho, de vacinação e vermífugos, proteção contra ectoparasitas, de visitas regulares ao veterinário.
 
Animais, assim como nós, sentem dor, frio, fome, sede, adoecem, soltam pêlos, fazem xixi e cocô... Outra coisa importante: filhotes crescem!!!
 
Parece óbvio, não é?
 
Porém, algumas pessoas se esquecem destes detalhes.

Analise bem todos estes itens antes de assumir a responsabilidade por uma vida, uma vida que dependerá de você, precisará de seus cuidados e atenção todos os dias!

Nunca adquira um animal por impulso, informe-se antes sobre suas características, necessidades, sobre o espaço que ele precisará, saiba se terá condições de suprir estas necessidades, se terá tempo para passeios e cuidados, converse com seus familiares, estude sobre este animal, aprenda sobre seu companheiro, afinal, ele passará em média 12 anos com você.

Castre seu animal!
 
A castração é o único método seguro e verdadeiramente eficaz no controle populacional e ainda, pode prevenir algumas patologias.
 
Só adote um animal se realmente você se sentir apto para isto e, principalmente, se realmente for por amor.

O sentido de responsabilidade e de cuidados quando há amor, carinho, afeto e respeito torna-se algo muito natural, gratificante e extremamente prazeroso.
 
Neste caso, o valor do animal não pode ser medido, nem mensurado, este animal jamais terá um preço!
 
E, apenas neste sentido que devemos buscar a companhia de um animal, quando o amor e afeto estiverem acima de tudo, e o seu valor for real e imensurável.
 
Salvando vidas.

Neste caso, por que não optar pela adoção?
 
Por que não optar em salvar uma vida?
 
ONGs e protetores sérios resgatam animais abandonados ou que passaram por maus tratos, cuidam deles e com muito esforço e dedicação conseguem vacinações, vermífugos e castrações, deixando-os aptos para a adoção, prontos para encontrarem um novo lar.

Adotar é um gesto de amor!
 
Adotar é mostrar a todos que para você o que importa mesmo é o verdadeiro valor de um amigo!
 
Depois disso, basta ser feliz...

É hora de conscientização: Não compre animais, adote!

Veja onde adotar em sua região:
http://migre.me/4nNoK (abrirá em nova janela)


Sobre a autora desta matéria

Dra. Michele Ribeiro é Médica Veterinária, Mestre em Ciências e Coordenadora da Cursos Zooterapia.
Michele colabora eventualmente no site com artigos sobre interação homem x animal e bem estar animal.
E-mail: michele@cursoszooterapia.com.br
Site: http://www.cursoszooterapia.com.br

http://www.euamocaes.com

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