quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Na piscina, sem traumas


 

 
 
Revista Cães & Cia, n. 299, abril 2004

Veja as dicas de Alexandre Rossi para se ter cães bem adaptados à natação, exercício dos mais recomendados

 


Muitos cães se divertem buscando objetos atirados na água.
Nadar é uma ótima atividade.
Fortalece a musculatura com a vantagem de não submeter as articulações a impactos com o solo, típicos de esportes como corrida e salto.
Por isso, a natação é recomendada por veterinários para cães com má-formação nas articulações (a mais conhecida é a displasia coxo-femoral).

Disposição para nadar

Praticamente todo cão pode gostar de se exercitar na piscina.
A espécie canina aceita com facilidade as atividades aquáticas.
Tanto que nadar faz parte das funções principais de várias raças, como acontece com o Golden Retriever, o Labrador e o Cocker.
Mas qualquer cão só vai gostar de natação se a prática for associada a algo prazeroso, desde o início - jamais a traumas.

Jogar o cão na piscina pode causar trauma e afogamento

Ser jogado numa piscina é a primeira experiência aquática pela qual passam muitos cães.
Esse método raramente dá certo.
Ao sentir-se repentinamente sem apoio sob os pés e com água dificultando a respiração, o cão, em geral, se desespera.
Debate-se, tentando ficar à tona e sobreviver.
O cansaço vem depressa e, com ele, o risco de afogamento.
Resultado: o cão fica traumatizado.
Nunca mais vai querer entrar numa piscina.
E passará a resistir a qualquer nova tentativa de ser posto na água.

Associe algo agradável a estar na água

Pode-se começar a treinar o cão para a natação a partir de filhote, depois de ele estar completamente vacinado.
É preciso que o cão manifeste vontade de entrar na água.
Um bom estímulo é fazê-lo buscar um brinquedo ou petisco.
Outra motivação é ele ver um cão conhecido nadando ou o dono chamá-lo de dentro da água.

À s vezes, quando está na água, o cão em vez de nadar em direção do objetivo, começa a bater as patas sem deslocar o corpo para frente – ele parece tentar sair da água, batendo as patas para cima. Nesse caso, é preciso mostrar a posição certa, antes que ele fique exausto e traumatizado.

Segure-o firmemente, próximo à superfície, com o corpo para frente (veja foto) na posição horizontal e solte-o em direção à margem ou em direção ao objetivo que ele quer alcançar.
Procure ir dando petiscos ao cão durante todo o processo.

Se houver dificuldades para treinar o cão na piscina, o treino inaugural pode ser feito num lago ou praia.
A maioria dos cães entra com naturalidade na água rasa e vai em frente quando há algo interessante a alcançar.
Nesse caso, a técnica é oferecer petiscos cada vez um pouco mais no fundo, para o cão não acabar desistindo.

É importante facilitar o sucesso da experiência inicial e reforçar o aspecto agradável.
Afinal, você quer o cão motivado, sem frustrações nem medos.
Por isso, depois de ele ter obtido êxito na primeira tarefa aquática, faça-o nadar mais um pouco, recompensando-o de vez em quando com um petisco.

Fique pronto para acudi-lo imediatamente, caso seja necessário.
Terminada a natação, seque bem as orelhas do cão: a umidade pode causar otite (se ele entrou no mar, lave-o antes com água doce, para evitar irritações e alergias).

O cão pode se afogar numa piscina se não conseguir sair dela
As piscinas, em geral, não oferecem recursos para os cães saírem delas por conta própria.


Nesse caso, o cão só deve entrar na água se houver alguém para supervisioná-lo.
Poucos cães aprendem a sair pela escadinha tradicional.
O melhor é que haja uma rampa submersa ou uma escada com degraus largos, que permitam o apoio adequado das patas.
É preciso também familiarizar o cão com o uso do recurso disponível.

Interromper latidos incômodos
Alguns cães ficam extremamente excitados quando vêm alguém na piscina.

Latem e correm sem parar, de um lado para outro.
O controle desse comportamento é feito inicialmente com o cão na guia.
A eficácia da repressão é bem maior quando o cão está parado.
Mantenha-o próximo a você.
No momento exato em que ele começar a latir, dê bronca até os latidos serem interrompidos.

Resumo
1. A natação é um ótimo exercício e uma diversão para os cães.
2. Algumas raças têm a predisposição para gostar de água aprimorada pela seleção genética.
3. Não jogue o cão na água, pois isso poderá traumatizá-lo.
4. Associe entrar na água com brinquedos e petiscos, para o cão se distrair e aprender a gostar de nadar.
5. Ensine o cão a sair da piscina para ele não correr perigo de morrer afogado.
6. Para o cão parar de latir quando houver alguém na piscina, dê bronca no exato momento em que ele emitir o primeiro latido. Inicialmente, mantenha o cão na guia.


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