segunda-feira, 9 de julho de 2012

Porque os peixes da Antártida não congelam


Você tem um peixe de aquário em casa?
Se tiver, experimente fazer o seguinte.
Pegue um copo grande ou uma caneca de plástico.

Encha de água.
Pegue o seu peixinho, coloque dentro do copo, abra a geladeira, a portinha do congelador, coloque o copo lá dentro e espere algumas horas.

Abra a porta do congelador.

Seu peixinho vai estar congelado e morto, obviamente, certo?
Então, porque os peixes que habitam os pólos do planeta (Ártico e Antártico) não congelam?

E olha que um freezer doméstico raramente é mais frio do que 0° C.
Como explicar que os peixes de águas geladas, que atingem – 1,8° C negativos, possam viver, nadar, comer e procriar?

A resposta, segundo da Universidade de Bochum (Alemanha), está no sangue dos peixes.

Existe uma proteína, até pouco tempo desconhecida e sobre a qual quase nada foi estudado até hoje, que impede o congelamento do sangue dos peixes.

Mesmo as espécies que vivem exclusivamente nessas áreas têm sangue com ponto de fusão de 0,9° C negativos, superior aos 1,8° C negativos da água em que vivem, portanto, deveriam congelar.

Este enigma ficou sem solução por mais de 50 anos, até que esta proteína foi descoberta.

Para desvendar a fundo essa questão, os cientistas estudaram o organismo da Merluza-antártica (Dissostichus mawsoni), peixe que vive nas águas da Patagônia (Argentina) e mais para o sul.

Os pesquisadores monitoraram, no sangue dos peixes, os movimentos das moléculas de água e das tais proteínas anti-congelantes.

Descobriram, com essa técnica, que na presença da proteína as moléculas intensificam sua circulação. Ou seja, a proteína impede a formação de cristais de gelo.
Com ou sem proteína, no entanto, aconselhamos: não coloque seu pobre peixinho no congelador para tirar conclusões científicas.

[Life's Little Mysteries]

Nenhum comentário: