quarta-feira, 4 de julho de 2012

Descoberto o segredo da velocidade do guepardo


Aposto que muitos de vocês já sabem que o guepardo, ou chita, é o animal terrestre mais veloz do mundo (caso você esteja curioso, o animal mais veloz de todos é o falcão-peregrino, uma ave de rapina capaz de atingir 320 quilômetros por hora em um voo.

Para completar o ciclo, o animal aquático mais veloz do mundo é o peixe-agulhão, com 110 km/h).

Esse felino já foi registrado correndo a 105 km/h em estado selvagem – e há quem diga até que seu número máximo é 115 km/h.

Excelente caçador, o guepardo pode atingir 100 km/h em menos de três segundos, façanha comparável aos carros mais velozes do mundo, como o Koenigsegg Agera R, esportivo superleve que vai a 110 km/h em 2,9 segundos – mas nem toda máquina do mundo poderia ter a graciosidade da chita.

Segundo biólogos e especialistas, esse animal tem um corpo – cauda e pernas longas, coluna flexível – que o ajudam a ganhar velocidade, equilíbrio e impulso.

Além disso, possui uma unha retrátil que fica sempre exposta para ajudá-lo a não derrapar durante a corrida, mais ou menos como as travas de uma chuteira de futebol.

Outro animal terrestre veloz é o galgo inglês (greyhound), um canino que chega a 68 km/h.

Seu estilo de corrida é muito parecido com o da chita (e mesmo seus físicos são um pouco semelhantes, pelo menos as pernas, como você pode ver na foto do galgo abaixo), então os pesquisadores sempre se perguntaram porque o felino podia correr tão mais rápido.




Em um novo estudo, liderado por Alan Wilson, do Royal Veterinary College (Reino Unido) e publicado no periódico Journal of Experimental Biology, a razão para isso é que guepardos “trocam de marcha” enquanto correm.

Claro que não é como os carros.
Essa “troca de marcha” quer dizer que eles mudam a frequência de “passos por segundo” quando atingem velocidades maiores, enquanto os galgos mantêm o mesmo número de passos por segundo.


A pesquisa
Os cientistas analisaram guepardos do zoológico ZSL Whipsnade em Londres (Reino Unido), e do centro Ann van Dyk Cheetah Centre na África do Sul, e galgos que participam de corridas no Reino Unido (esses caninos são muito usados em corridas profissionais.

No Brasil, a raça mais popular é o Whippet).
Os animais tiveram que perseguir um pedaço de frango, enquanto os pesquisadores mediam suas velocidades e forças criadas pela corrida, calibradas com o quanto cada um pesava.

As chitas do estudo não chegaram nem perto da velocidade vista em animais selvagens –alcançaram 61 km/h, enquanto os galgos correram a 68 km/h.

Segundo Wilson, isso é provavelmente porque os guepardos do estudo, nascidos em cativeiro, nunca “aprenderam” a correr e a se soltar.

“Eles vivem em um zoológico há várias gerações e nunca tiveram que correr para pegar comida”, comentou.

A pesquisa deve ser refeita um dia com animais selvagens.

Mas os pesquisadores observaram uma diferença gritante entre as espécies: o “passo” da chita era ligeiramente maior que o do galgo, além dos primeiros serem capazes de mudar sua frequência de passos por segundo conforme atingiam velocidades mais altas: a 32 km/h, davam 2,4 passos por segundo, mas a 61 km/h, davam 3,2 avanços por segundo.

Os galgos, por outro lado, mantiveram uma taxa constante de cerca de 3,5 passos por segundo, não importa o quão rápido corriam.

Sendo assim, os cientistas apostam que guepardos selvagens podem ser capazes de alcançar a frequência de quatro passos por segundo, o que, em combinação com comprimentos mais longos de passo, deve ser o que lhes permite ultrapassar seus homólogos caninos.

[LiveScience, Terra 1 e 2, Galgos]

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