domingo, 23 de outubro de 2011

SE O ANIMAL NÃO É SEU, É DELE MESMO OU DE OUTREM!



Texto de Luzia Stocco, escritora.
Blog: www.literarteLuziaStocco.blogspot.com

Uma informação que muitos de nós ainda não atentamos, pois se já a tivéssemos, mudaríamos, com certeza, nosso cardápio, a menos que a ausência de compaixão e a impiedade fizessem parte de nosso caráter.

Refiro-me à radical mudança no modo como se criam animais e aves nas últimas décadas!

Quem já morou em sítio sabe que havia certa liberdade na criação dos animais, embora também houvesse casos de insensibilidade.

Claro, éramos uma sociedade com poucos conhecimentos, comparada à de hoje.

Porém, nada se compara à crueldade à que são expostos atualmente, tanto nas granjas, matadouros bovinos e suínos e outros.

Precisaria de muitas páginas para descrever o tratamento que recebem.

Restrinjo-me a tais: confinados sem direito de ir e vir (não há locomoção!), sem oportunidade de conviver e criar os filhotes, choques elétricos, agressões, fêmeas prenhas deprimidas e maltratadas, os machos, os defeituosos ou doentes são descartados no lixo.

Antibióticos, hormônios, raiva e estresse são alguns dos componentes que ingerimos quando os consumimos.

E se formos citar os lugares clandestinos, que representam quase 50%, encontraremos marretadas e mais sofrimento ainda.

Os ovos de granja passam pelo mesmo viés, pois derivados de galinhas nestas ímpias condições.

O que fazer?

Informar-se!

optar pelo frango e ovo caipira e orgânico, leite com procedência conhecida e, lembrando, sempre nos resta opções, seres reflexivos e maleáveis podemos alterar nosso hábito valorizando o reino vegetal, tão rico e completo!

São posturas éticas, sim, ao contrário do que muitos dizem, que faz a diferença e nos deixa melhores do que somos ou podemos ser.

Fica uma questão:
“você permitiria que torturassem, estuprassem, colocando em confinamento e depois se alimentassem de seu cachorro, seu gato ou qualquer outro animal de estimação??”

Obviamente diremos que NÃO!

Por que fazemos vistas grossas, por que nos omitimos diante do que não é nosso?

Será que usamos desse mesmo raciocínio em relação às pessoas que não conhecemos?

Eis a questão!!

A globalização não condenou apenas as pessoas à neo escravidão, mas também os animais.

Somos recordistas em exportação, sendo a carne o primeiro item.

Os outros produtos, como a soja, derivam dela, pois geram alimentos à fábrica assassina de animais em massa.

Ambos ocupam grandes extensões de terra, desmatam, poluem, excedem no uso da água.

Onde colocar tanto lixo dos detritos animais?

Copiar o gesto da Holanda que despeja toda a merda inútil de seus animais em terras africanas, por uns trocados?

Ou seja, desgastamos o meio ambiente brasileiro, massacramos nossos animais, deixamos de lado a ética e valores como a dignidade para favorecer a indústria alimentícia de outros países, geralmente às classes privilegiadas.

Desde adolescente via os jornais noticiarem as exportações que o Brasil fazia de suas monoculturas e sempre me inquietava tamanha insensatez: por que alimentar primeiro aos de fora se passamos fome aqui?

Por que não fazemos a policultura? Hoje vejo tudo como antes!

Mas nesta semana, com a Campanha 2ª feira Sem Carne, vemos muitas pessoas, Ongs,empresas, artistas e outros aderindo e lutando por uma conscientização.

Segunda-feira tivemos a excelente palestra de Marly Winckler (Presidente da SVB) e do médico Eric Slywitch, na sede da APM.

Bons ares, divinos, nos envolvam!

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